Cumprindo a missão de se apropriar dos “banquinhos e violões” da nova geração do MPB, o trio Melim apresenta a segunda parte de seu novo álbum gravado no Capitol Records (em Los Angeles). O projeto é uma espécie dum segundo EP que funciona como complemento do disco “Eu Feat. Você” lançado no começo da pandemia. Estão lá os ritmos queridinhos dos irmãos como reggae, pop e folk. Menos criativa, a música talvez mais óbvia do projeto seja justamente a canção que abre e dá nome ao EP, “Amores e Flores” cujo a rima e título óbvios ficam evidentes logo de cara. O momento mais especial da canção talvez seja justamente o agudo final da faixa e só.
Um ponto alto do disco é a parceria com Projota que dá um sopro de criatividade na ponte de “Céu Azul” trazendo metáforas astronômicas mais inusitadas. Já talvez a faixa mais especial do projeto seja a balada “Ímpar” que explora todas as nuances e versatilidade dos vocais de Rodrigo Melim através duma letra com adjetivos, estrofes e rimas menos batidos. Importante destacar que diferentemente, por exemplo, da dupla Anavitória e doutros tantos artistas que procuraram assimilar de maneira mais franca o drama da pandemia em sua criação, os músicos do Melim decidiram não mexer em “time que está ganhando” apelando para suas canções românticas otimistas. Em tempos tão complicados, funciona como um respiro daqueles ou quase como um clichê necessário.