O famoso produtor e Dj Avicii não teria tirado sua própria vida, segundo o grupo de hacker Anonymous. Com denúncias como essa, o grupo mais uma vez voltou à mídia neste domingo (dia 31) com supostas informações escandalosas e semeando dúvidas sobre atividades criminosas de autoridades, personalidades e lideranças.
O grupo de supostos hackers decidiu se manifestar no Twitter em meio às turbulências nos EUA envolvendo os desdobramentos do caso George Floyd, após um homem negro ser morto durante uma abordagem policial. Em vídeo publicado no Twitter, o perfil da organização enviou uma mensagem à polícia norte-americana (assista abaixo), e ameaçou expor “muitos crimes” cometidos por policiais no mundo todo. O perfil associou ainda atividades do presidente Jair Bolsonaro ao líder presidencial estadunidense Donald Trump.
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Perfis na web vêm apontando ainda que Anonymous afirma que o hitmaker e DJ sueco Tim Bergling, conhecido como Avicii, teria denunciado em seu videoclipe “For a Better Day”, a existência de uma rede pedófila na qual artistas, políticos e personalidades dos escalões superiores de a sociedade.
Sem muito segredo, o clipe do ano de 2015 traz literalmente a história de um grupo de rebeldes que se mobilizam num levante popular contra empresários que exploram o tráfico humano. Na verdade, não há muita sutileza na obra e o clipe mostra tais rebeldes assassinando membros de uma rede criminosa enquanto alguns deles saem impunes dos seus crimes.
O grande problema é que o documento citado pelo grupo não traz qualquer menção ao hitmaker Avicii (Tim Berling). Numa busca ao perfil do Anonymous nas redes sociais não é possível encontrar qualquer mensagem escrita a respeito das denúncias sobre Avicii e também Michael Jackson que viralizaram nas últimas horas. O perfil @YourAnonCentral se limita, nas últimas horas, a retuitar perfis que deram voz ao seu discurso – muito embora ainda sem provas substanciais do material e conteúdo documentado – e aponta para personalidades como Trump, Bolsonaro Epstein e até para a modelo Naomi Campbell.
MAS O QUE É REAL?
A rede anônima cita não apenas o músico sueco, mas sua suposta lista incluiria outras personalidades falecidas e duvida que suas mortes tenham sido suicídios ou acidentes. De Paul Walker, Chris Cornell, Chester Bennington a Lady Di são outros famosos citados. Todos coincidentemente com trágicas mortes amplamente difundidas na mídia. Eles teriam informações importantes sobre as atividades criminosas da rede exploratória de Jeffrey Epstein e, portanto, foram assassinados, segundo a rede Anomymous. Porém, novamente a lista divulgada não traz citações por exemplo aos roqueiros Chris Cornell e Chester Bennington.
Muitos destes famosos teriam sido convidados para as festas do falecido bilionário Jeffrey Epstein, onde dizem que haveria ocorrido abuso sexual de menores. O empresário morto em 2019 foi alvo de criteriosas denúncias sobre um esquema financeiro de abuso e tráfico sexual de menores por autoridades norte-americanas. O perfil de hackers acusa Epstein de ter sido morto a mando de Donald Trump para “encobrir sua história de abuso e estrupro”.
Confira um vídeo produzido com as denúncias feitas especificamente ao caso Jeffrey Epstein abaixo:
A lista de 91 páginas, intitulada “Jeffrey’s Epstein Little Black Book” (algo como ‘Listinha Negra de Jeffrey’s Epstein’) conta também com nomes de familiares de Trump como sua filha, Ivanka, suas ex-mulheres Blaine Trump e Ivana Trump, seu irmão mais novo Robert Trump. Além do nome de bilionários, haveria também nome de famosos como Chris Tucker e Naomi Campbell.
Portanto relacionar os músicos Avicii, Michael Jackson, Chester Bennington ou Chris Cornell a supostas denúncias de tráfico e exploração de menores, com todas as informações concretas até o momento seria completamente equivocado. Os músicos (ainda) não foram ligados de maneira substancial ao empresário Jeffrey Stein e tratá-los assim pode desonrar suas histórias na música. As informações virais por enquanto, se apresentam, por ora, como FAKE NEWS.
PARA VER A LISTA COM OS NOMES SUPOSTAMENTE LIGADOS A JEFFREY EPSTEIN CLIQUE AQUI
Suicídio
O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública, complexo, multifacetado e de múltiplas determinações, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero.
Todos os anos, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). No Brasil, uma pessoa morre por suicídio a cada hora, enquanto outras três tentaram se matar sem sucesso no mesmo período.
O assunto é tão complexo que muitas pessoas evitam falar a respeito, o que nem sempre é a melhor decisão. Um problema dessa magnitude não pode ser negligenciado, pois sabe-se que o suicídio pode ser prevenido. Uma comunicação correta, responsável e ética é uma ferramenta importante para evitar o efeito contágio.