Apaixonados pela voz de Alaíde Costa, o rapper Emicida e o produtor musical Marcus Preto juntaram forças para criar o novo trabalho da cantora carioca, que completa 85 anos em dezembro. O repertório vai ser essencialmente de canções inéditas. E a ideia é que Emicida escreva a maior parte das letras. Pra isso, Marcus Preto foi atrás de compositores da pesada para promover as novas parcerias.
Já chegaram melodias lindas de Joyce, Ivan Lins, Guinga, Francis Hime e Marcos Valle. Outras estão por vir. A própria Alaíde Costa vai compor alguma coisa com Emicida. Nando Reis também está escrevendo uma canção com ela. Outras composições completas foram encomendadas por Marcus Preto a figuras da nova geração. E a compositores veteranos já gravados por Alaíde.
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A história começou às vésperas de Alaíde Costa fazer sua primeira live nessa quarentena, no dia 13 de agosto, para o Museu Afro Brasil. Produtor de álbuns recentes de Gal Costa, Nando Reis, Erasmo Carlos, Tom Zé e Silva, entre outros, Marcus Preto enviou a Emicida, por whatsapp, o vídeo de divulgação da apresentação online. Recebeu de volta um recado muito emocionado: “Essa live é meu presente de aniversário. Cê tá maluco, mano! Que lindo, que lindo! Apenas obrigado”.
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Marcus Preto ficou fermentando a ideia por dois dias: e se os dois se juntassem para produzir um álbum novo para Alaíde? Sabia que o rapper tem agenda lotadíssima – não apenas pela carreira musical e projetos nessa área, mas também pelas demandas do programa “Papo de Segunda”, que apresenta semanalmente no GNT. Mesmo assim, enviou uma mensagem jogando a ideia. E a resposta foi imediata: “Meu mano, e se eu te disser que, desde que você me enviou aquele vídeo, eu estou pensando exatamente a mesma coisa?”. Por meio de Thiago Marques Luiz, produtor de Alaíde, enviaram o convite para a cantora. E receberam dela a resposta, também imediata: “Adorei! Estou dentro”.
Isso tudo aconteceu em menos de um mês. E o trabalho tomou forma rapidamente. O desejo é que, tão logo haja segurança para a etapa de estúdio, o álbum comece a ser gravado.
Alaíde Costa lançou seu primeiro álbum em 1959, mesmo ano de “Chega de Saudade”, de João Gilberto, o marco inaugural da Bossa Nova. Desde sempre, a cantora carioca esteve ligada àquele movimento musical. Nos anos 1970, teve um lindo álbum produzido por Milton Nascimento. Ela é a única voz feminina do clássico “Clube da Esquina” (1972), dividindo com Milton o samba “Me Deixa em Paz”.