(Por André Júnior)
Alice Caymmi, de 28 anos, lançou seu terceiro álbum de estúdio no começo do ano intitulado com o próprio nome. O disco produzido em parceria com Ana Carolina têm participações especiais de Pabllo Vittar e Rincon Sapiência.
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O álbum tem influências pop e se arrisca no R&B em algumas faixas. Dona de uma voz marcante, Alice mergulha ainda mais no pop e se arrisca no R&B em algumas faixas do projeto. Sozinha, atual single de trabalho da cantora, traz uma parceria com Cleo, que além de atriz tem apostado pesado na carreira musical.
Em entrevista ao Observatório dos Famosos, Alice revela detalhes da escolha do titulo do seu recém-lançado álbum e fala sobre comparações com músicos famosos de sua família, como Dorival, Simone, Dori e Nana Caymmi. Confira:
– Alice, você lançou um álbum que leva o seu nome no início de 2018. Existe um motivo especial por trás desta escolha? Esta é a sua produção mais pessoal até então?
Sim, eu acredito que sim, por isso o nome. Vejo o nome também como uma tentativa de me afirmar como indivíduo por mais que eu seja marcada por um sobrenome marcante e especial. É um disco mais autoral que o anterior também, então é mais pessoal.
– A faixa Eu Te Avisei em parceria com Pabllo Vittar parece ser a faixa mais radiofônica do álbum e uma das mais populares de sua carreira, talvez atrás apenas de Louca. Essa mudança brusca de estilos desde Rainha dos Raios (2012) aconteceu de forma sintética ou seu intuito com o “Alice” é ser mainstream e não mais teatral?
Aconteceu de forma natural pois a cultura pop sempre esteve no meu vocabulário, junto com muitas erudições mas sempre lá. E eu cansei um pouco dos termos “alternativo” e “MPB” então, como sempre faço, eu fiz uma curva brusca e de forma radical. Quando eu coloco na minha cabeça que vou me livrar de um rótulo, eu sou capaz de mudar tudo.
– Na faixa Vin você cantarola num trecho o seguinte: “Minha carreira… Eu quem faço”, isto é uma forma de calar os que te julgam pelo sobrenome? Carregar o nome Caymmi lhe abre portas, mas ao mesmo tempo cria uma expectativa desenfreada à crítica?
Eu nunca vou calar a boca dos que me julgam. E eles não vão parar de aparecer. Eu gosto do fato de eles existirem até. Só não gosto de superficialidade, agressão e burrice. Quanto ao sobrenome, ele é o grande elefante na sala de estar mas gosto de enfeitá-lo e iluminá-lo com muito amor. Ele é quem eu sou.
– A comparação de seu trabalho com os músicos de sua família lhe incomoda?
Quando acontece comparação é engraçado. Já comentaram ‘prefiro a nana!’ eu respondi ‘eu também!’. E é verdade. Nada realmente incômoda pra mim.
– A faixa Sozinha, música solo no álbum recebeu um remix de U.GOT com a participação de Cleo e foi lançada com um clipe no Dia dos Namorados. Você anda sozinha ou acompanhada no momento? As pessoas te questionam sobre a sua sexualidade mais do que sobre a sua arte?
Meu coração está ocupado e feliz no momento, minha sexualidade é pouco indagada. Eu não curto me definir muito, gosto de viver com possibilidades e liberdade tanto sexualmente quanto emocionalmente.
– Por que o convite a Cléo (recém chegada na estrada da música), você já a conhecia antes?
Eu considero a Cleo uma mulher muito forte e muito livre. Principalmente livre. Alguém que lida com criticas moralistas, conservadorismo e padrão, mas flutua sobre tudo. Eu quero estar cada vez mais cercada de artistas assim. Especificamente mulheres. Chega de moralismo e silenciamento.
– O que Alice Caymmi ouve e gostaria que o público ouvisse também?
Erykah Badu. Ouçam muito essa mulher. E entendam também o que ela tem a dizer.