Aos 34 anos, o rapper José Tiago Sabino Pereira, mais conhecido pelo nome artístico Projota, coleciona hits e parcerias de peso, com artistas como Negra Li e Anitta. Em passagem pelo canal Papo de Música, ele dividiu com a apresentadora Fabiane Pereira reflexões bem realistas sobre todo esse sucesso e pontuou lados positivos e negativos da fama, entre eles o impacto do ódio no uso das redes sociais. O cantor ainda relembrou o início de suas experiências musicais e explicou o porquê as duplas sertanejas Leandro e Leonardo e Zezé Di Camargo e Luciano “sofreram muito” nas mãos dele e do amigo e também rapper Rashid.
“Quando eu comecei a cantar, eu era JT, por causa de José Tiago”, conta sobre a evolução da alcunha artística, nascida a partir da junção do prefixo “pro”, de profissionalização, á sigla JT. Mas, antes de oficializar a profissão, Projota já acumulava histórias. “Eu, o Rashid e mais dois amigos montamos o primeiro grupinho de rap. O Rashid fazia beatbox, eu fazia a rima e a gente gravava em fita cassete. Minha vó tinha um monte do Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano. Esses daí sofreram muito na minha mão, porque eu ficava colocando minhas rimas ruins em cima das músicas deles!”, conta antes de cair na risada.
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Hoje, com uma trajetória sólida até para se aventurar em outras áreas, como faz no mundo dos games pelo canal recém-lançado Projota Game Room, ele falou sobre quando sentiu o sucesso bater à porta, trajado de independência. “Foi quando comprei meu ‘celtinha’, saí de casa, saí da saia da vovó. Pra mim, ali, eu realizei aquela visão de sair de casa e me sustentar“, reflete depois de brincar que “aos olhos dos vizinhos, é [sucesso] só quando você aparece no Faustão“.
Apesar da autonomia conquistada, a grande exposição inerente ao sucesso também teve impactos na saúde mental do cantor, especialmente quando rumou para sonoridades mais pop e foi “cancelado” por parte do público. “As pessoas tão banalizando cada vez mais essa questão do cancelamento. É uma das coisas mais absurdas que a gente tem hoje, simplesmente acabar com a vida e toda a história de um outro ser humano que comete erros que elas também cometem“, declara.
Durante o papo, o rapper também comentou sobre sua forma de compor, traduzindo experiências negativas em versos sonoramente leves. Neste ano, ele lançou o single “Salmo 23” – música esperançosa, mas na qual compartilha experiências que o abalaram por meio de versos como “Difícil não querer ser MC se no governo Fleury um hospital assassinou minha mãe”. “Até hoje os médicos não sabem nem dizer como ela chegou naquela situação”, pontua.
Olhando também para o futuro, o artista apontou com quem ainda quer trabalhar e revelou qual das próprias músicas o marcou mais. O vídeo chega acompanhado de uma playlist exclusiva inspirada na entrevista.