Linn da Quebrada usou o Twitter para criticar a entrevista que Pedro Bial realizou com o ex-jogador de futebol Ronaldo, durante um dos episódios de ‘Conversa com Bial’, que foi ar na última quinta-feira (20).
No programa, o jornalista relembrou o episódio polêmico de quando Ronaldo teria se envolvido com três travestis, que trabalhavam como prostitutas, em 2008. Bial se referiu às mulheres usando o pronome masculino, quando o correto é o feminino.
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“É um absurdo. Mesmo depois de ter entrevistado a mim e ter acesso a tanta informação, ainda assim, o Bial se permitir erros tão irresponsáveis e cruéis com nossos corpos. Uma transfobia que corrobora com todo processo de marginalização ligado às nossas identidades. Inadmissível”, escreveu a cantora no microblog.
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Em seguida, Linn da Quebrada compartilhou um longo texto da pedagoga e assessora parlamentar Ana Flor. A publicação diz:
“O Pedro Bial é visto como um intelectual por muitas pessoas. Estamos em 2021, e esse mesmo Pedro Bial está tratando as travestis no masculino, em seu programa de TV, numa entrevista com o Ronaldo. É cansativo ter que repetir que toda travesti deve ser tratada no feminino”.
“Não consigo gostar do Ronaldo. Principalmente quando percebo que ele parece manipular, para ficar evidência, o fato de já ter saído com algumas travestis. É terrível! Ele fala como se fosse o fim da vida dele. Pura transfobia. Chega a doer os ouvidos. Desde 2008 Ronaldo sustenta, de alguma maneira, essa narrativa transfóbica. Eu tinha 13 anos, e o Ronaldo contava essa história. Hoje, estou com 24, e Ronaldo segue contando a mesma história e contribuindo para um processo de marginalização das travestis”, continua a pedagoga.
“A imprensa brasileira adora reiterar essa história. É muito fácil falar das travestis nesse sentido. Replicar, de diferentes formas, esse lugar de margem. Nossa, tenho uma repulsa dessa história e do conto que ela se tornou no Brasil. Eu tenho certeza que muitas pessoas que me seguem também cresceram sabendo dessa história do Ronaldo, né? Que ele saiu com as travestis, e conta até hoje como se fosse o castigo eterno da vida dele. Um suco de transfobia com sobremesa de exibicionismo”, finaliza Ana.