Dupla e irmão de Zezé Di Camargo, Luciano Camargo ainda sofre quando relembra da notícia que mais marcou sua vida, a morte de seu pai. Na época, o músico estava com Covid-19 e precisou ficar aquele momento isolado, e viver o luto sozinho.
“Quando peguei Covid, a primeira coisa que fiz foi me isolar. Graças a Deus a minha casa é grande e consegui fazer isso. Perdi olfato, paladar e tinha uma dor de cabeça muito forte, mas estava tranquilo. O pior momento foi quando soube de madrugada, no quarto em que estava isolado, que meu pai tinha morrido. Quando você perde alguém, só quer um abraço. Não pude receber um abraço de conforto e nem estar com meus familiares neste momento de fragilidade coletiva para dividir a dor”, conta ele.
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“Recebi a notícia de que meu pai não estava reagindo, e que eles iam esperar para ver como ele reagiria. Não pude contar para ninguém porque estava isolado. Quando elas acordaram, chamei as três e fiquei chorando. As minhas filhas com as mãos entrelaçadas no peito olhando para mim sem entender nada. Elas nunca tinham tido uma perda, essa foi a primeira notícia de morte, e elas não podiam dar um abraço no pai. Foi muito dolorido, uma dor física.”
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“Eu já estava me preparando inconscientemente para a partida dele. Fiquei com ele três dias, uma semana antes. Abracei muito meu pai no hospital. A gente ficou vendo clipes gospel na TV. Tenho certeza que meu pai aceitou de fato Jesus e há muito tempo. A morte do meu pai aqui na terra não é o fim, é o começo. Aquele abraço que dei nele, acabou sendo uma despedida antecipada. Sei que vou encontrar meu pai de novo e vai ser um abraço eterno.”, finalizou Luciano Camargo.