A primeira vítima de Michael Jackson identificou “manchas” nas nádegas e no pênis do cantor, o que levaram a equipe do cantor a desembolsar um pagamento de 23 milhões de dólares, de acordo com relatórios. O acordo judicial, na época, foi completamente criticado por apoiadores de Michael Jackson que acreditavam que o astro estava sendo vítima dum golpe. Jordan Chandler, então com 13 anos, alegou que Michael Jackson o tinha abusado e molestado, o que levou o músico a uma “humilhante” busca de pistas corporais no ano de 1993, segundo suas próprias palavras.
A criança foi capaz de desenhar as marcas distintas que teria visto no pênis e nas nádegas de Jackson – uma vez que o músico sofria de vitiligo na pele. As informações foram publicadas pelo tabloide britânico The Sun. A polícia da Califórnia fez então uma busca e fotografou os genitais do astro – algo que Michael Jackson chamou de “a provação mais humilhante da sua vida”.
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Depois da busca, Jackson concordou com um acordo massivo com a família Chandler, que ficou entre os 20 e os 24 milhões de dólares. Segundo inúmeras reportagens, incluindo de jornalistas de investigação como Diane Dimond e Jacques Peretti, a criança teria identificado corretamente as marcas no pênis da estrela.
O jornalista e ex-executivo da indústria da música John Niven afirma que a descrição da anatomia do cantor por parte de Jordan foi “tão precisa” que teria permitido aos peritos identificarem onde estariam as “manchas” quando o pênis do músico estava “ereto”.
Numa declaração ao Independent, Niven afirmou: “A informação do rapaz era tão precisa que ele conseguiu localizar para onde a mancha se moveu quando o pênis de Jackson ficou ereto e o facto de ele ter sido circuncidado.”
PESQUISA DE PISTAS HUMILHANTE
No entanto, apoiadores de Jackson, como o seu amigo e jornalista John Randy Taraborrelli, afirmam que a estrela não foi circuncidada. Após a morte do cantor, em 2009, Taraborrelli afirmou: “O rapaz tinha dado uma descrição detalhada do seu corpo e os detectives precisavam verificar se era verdade. Todos os olhos olharam para ele para ver se tinha sido circuncidado, como Jordy tinha afirmado”.
Num relatório do julgamento de Jackson em 2005, centrado nas alegações de outro acusador, Gavin Arvizo, o juiz decidiu que as fotografias do pênis de Jackson e do desenho de Jordan eram “inadmissíveis” e não podiam ser utilizadas no julgamento.
Mas os advogados de acusação acreditaram que a descrição do pênis de Michael Jackson pelo adolescente “provaria” um comportamento inadequado com os seus companheiros, relata a CNN.
O canal chegou a se manifestar sobre o caso afirmando: “Os promotores esperavam que o desenho de Chandler das manchas distintas de Jackson, alegadamente corroborado por fotos de busca, provasse que Jackson não era ‘tímido e modesto’ com os convidados na hora de dormir”.
O antigo segurança de Neverland, Ralph Chacon, alegou ter visto Jackson praticar um ato sexual contra Jordan durante o julgamento de 2005 – pelo qual o Rei do Pop foi absolvido de todas as acusações. Chacon disse ao tribunal que a estrela e a criança, de 12 ou 13 anos, ficaram nus num vestiário perto de um jacuzzi na mansão da estrela da Califórnia.
MAIS DENÚNCIAS DE ABUSOS
O ex-segurança afirmou: “Os vi de pé, nus. Eles estavam de frente um para o outro. Vi o Sr. Jackson a acariciar o cabelo do rapaz. Ele estava a beijá-lo na cara e nos lábios. Ele desceu, começou a chupar os mamilos. Ele começou a descer até ao pênis e começou a pô-lo na boca”.
O Promotor Tom Sneddon perguntou ao Sr. Chacon como Jackson estava beijando Jordan. Ele respondeu: “Muito apaixonado. Na sua boca”. Perguntado onde estavam as mãos do cantor na altura, disse ele: “Estavam por todo o seu corpo.”
Sr. Chacon, que trabalhou no Rancho de Neverland de 1991 a 1994, disse ao tribunal de Santa Maria, Califórnia, que o incidente costumava ocorrer no final de 1992 até ao início de 1993. Mais alegações contra Michael Jackzon vieram a luz na sequência da exibição do documentário explosivo Leaving Neverland no Festival de Sundance em 2018.
O filme da HBO, que foi criticado pela família de Michael Jackson após receber um EMMY, apresenta os antigos companheiros do cantor Wade Robson e James Safechuck, que afirmam ter sido abusados sexualmente por Jackson durante vários anos.
Em vida, Michael Jackson negou veementemente todas as acusações de abuso sexual feitas contra ele. Os dirigentes do espólio do músico declararam que Leaving Neverland soa como “uma tentativa escandalosa e patética de exploração e de ganho de dinheiro”.