Qual foi a primeira dupla feminina de sertanejo?

O termo “Feminejo” – junção das palavras feminino + sertanejo – surgiu há alguns anos para denominar o boom das cantoras femininas no sertanejo. Nomes como Maiara & Maraisa e Simone & Simaria se destacam ao cantar sobre a própria visão de mundo.

Mas é claro que o sucesso delas também se deve a suas predecessoras, que marcaram seu nome na história do sertanejo. Hoje, iremos conhecer a primeira dupla feminina de música caipira do Brasil.

Irmãs Castro

A dupla de cantoras e compositoras foi formada pelas irmãs Maria de Jesus Castro, que nasceu em Itapeva (SP), em 1926, e Lourdes Amaral Castro, que nasceu em Bauru (SP), em 1928.

Em 1938, as irmãs participaram do concurso “Descobrindo Astros do Futuro”, na Rádio Clube de Bauru, sem que seus pais soubessem. Elas competiram – e venceram – com a música “O Que é que a Baiana Tem”, de Dorival Caymmi. Depois, passaram a cantar músicas em inglês em outras rádios locais.

A grande virada na carreira das irmãs aconteceu em 1940, após se mudarem para a capital paulista. Lá, elas foram descobertas por Nhô Pai, pseudônimo de João Alves dos Santos, considerado um dos grandes nomes da música caipira. O cantor e compositor gostou das vozes de Maria e Lourdes e passou a ensiná-las o gênero sertanejo.

Em 1944, quando tinham 18 e 16 anos de idade, elas gravaram seu primeiro disco, que traz o corrido “Não Me Escrevas” (Gabriel Ruiz e Nhô Pai) e o rasqueado “Che Camba” (Nhô Pai).

No ano seguinte, gravaram um disco que inclui o valseado “Faz um Ano” (F. Valdez Leal e Nhô Pai) e o corrido “Beijinho Doce” (Nhô Pai), que alçou a dupla à fama e se consagrou como um clássico da música caipira.

Além de ser a primeira dupla feminina a gravar músicas sertanejas no Brasil, as irmãs foram as pioneiras no ritmo corrido. Ao longo de 4 décadas, elas lançaram diversas músicas e fizeram shows pelo Brasil e outros países da América Latina. O duo chegou ao fim em 1985.

Lourdes faleceu em agosto de 2011, aos 83 anos, vítima de um infarto agudo do miocárdio. Maria de Jesus faleceu aos 92 anos, em  janeiro de 2019.