Alexandre Nero fala sobre chegada dos filhos na sua vida

Alexandre Nero, o eterno Comendador da novela Império da TV Globo, conversou com o Jornal O Globo e falou sobre como a perda dos seus pais, impactou em sua relação com os filhos.

O ator refletiu sobre como ‘nunca havia ligado para crianças’ e que sua vida sempre foi baseada em flertes com a morte. “Com a perda deles, criei um mecanismo para me esquecer das coisas. Bloqueei algumas lembranças por motivo de sobrevivência. Conforme os filhos nascem, você também percebe que o seu pai está ali! O que é a genética, né? Sou um pai fora dos padrões. Quando o meu primeiro filho nasceu, tinha 45 anos. Eu nunca liguei muito para criança, sabe? Sempre flertei com a morte. Estava na vida para matar ou morrer. Não tinha medo de nada. Fazia loucuras mil”, disse.

E continuou: “Com a chegada deles, o medo passou a fazer parte da minha vida. Antes, eu podia morrer. Agora, não posso. Tenho ideias utópicas sobre a maternidade e paternidade. Existe um preparo que as pessoas deveriam ter. Um preparo intelectual, pedagógico, psicológico para se criar um filho. Por isso as crianças têm tantos problemas porque os pais não sabem o que fazer com elas. Eu mesmo não sabia, e continuo não sabendo”, refletiu.

Por fim, Alexandre Nero contou que foi atrás de ajuda para viver o papel de pai. “Não sabia como brincar, não sabia como falar, como tratar. Fui atrás de pedagogo, vídeos, livros. Eu também fui educado na base do grito e da porrada. E tudo bem. Mas não é certo. Ninguém vai construir um prédio sem saber como fazer. Então, por que você vai criar um filho sem saber como? Defendo a ideia de a sociedade pensar num jeito de dar base”, concluiu.

Ator fala de rotina com os filhos

Em entrevista à coluna de Patrícia Kogut, do jornal O Globo, Alexandre Nero contou detalhes da rotina com os filhos na quarentena. O artista é pai de Noá e Inã, frutos do seu casamento com a figurinista Karen Bristollin.

“Passamos três meses com os dois pequenos em reclusão total. É uma experiência para um lindo e aterrorizante livro bem-humorado. Um misto de sensações. Muitos desesperos e muitas gargalhadas. Agora tudo já mais tranquilo, pois eles estão passando uns dias na casa da avó enquanto resolvemos um caos hidráulico em casa que decidiu acontecer justamente em meio à pandemia“, contou ele.

“Sem dúvida me conectei mais com os ‘piás’. Cheguei até a voltar a fazer alguns cursos on-line de improviso e palhaçaria para poder brincar com eles. Fiz filmes para os dois. Eu e minha mulher conversando com os brinquedos deles. Amaram, mas deu um trabalho danado“, disse ele.

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