O Espigão, originalmente exibida em 1974, estreou no catálogo do Globoplay, nesta última segunda-feira (8). A novela, assinada por Dias Gomes (1922-1999), e dirigida por Régis Cardoso (1934-2005), trouxe Betty Faria no posto de co-protagonista da obra, que foi estrelada por Milton Moraes (1930-1993).
Marcada pela sua inovação à época, a trama denunciou com humor a expansão imobiliária desenfreada da época dominada pela Ditadura Militar (1964-1985) e a censura, tendo sido ambientada no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
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“Ficou aborrecido”
Em entrevista ao site Heloísa Tolipan, Betty Faria relembrou os bastidores de O Espigão, e expôs uma situação específica vivenciada com o autor da novela. “O autor [Dias Gomes] ficou muito aborrecido comigo por que eu disse que ele não escrevia bem para mulher. E ele me telefonou dizendo haver escrito um papel feminino para mim”, disse ela, que ainda contou ter concluído seus trabalhos na obra, grávida de seu filho mais novo, João, na vida real.
“‘O Espigão’ foi uma bênção para mim, especialmente por conta de depois dela, ter nascido o meu filho. Mais para o fim da novela, a minha personagem deixou de ficar com a barriga de fora por que eu estava com corpo de croquete, no quinto mês de gravidez”, contou Betty. A atriz, que é um dos poucos nomes do elenco principal de O Espigão que ainda está viva, lamentou a perda dos demais artistas.
“À medida que você vai vivendo e ficando mais velha, os amigos, as amigas vão indo embora e permanece um profundo sentimento de solidão quanto à saudade dos amigos e das pessoas próximas. (…) A ausência dessas pessoas queridas age como a um buraco na minha vida. Não sou saudosista, mas tenho eles em meu coração eternamente”, concluiu ela.
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