
A CNN Brasil foi condenada a pagar R$ 50 mil de indenização ao jornalista Renan de Souza por danos morais, após um episódio de alegado racismo envolvendo o ex-editor-chefe Asdrúbal Figueiró Júnior. O incidente ocorreu durante uma discussão sobre a edição de uma reportagem sobre o assassinato de George Floyd, onde Souza afirma ter ouvido Figueiró proferir frases racistas, como “isso é coisa de preto”, segundo matéria do Notícias da TV. A CNN Brasil emitiu uma nota afirmando sua repulsa ao racismo e alegando que a decisão judicial não identificou racismo estrutural na empresa.
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Pablo Marçal causa climão durante entrevista na CNN: "Você está errada"Pablo Marçal se revolta e discute com repórter da CNN ao vivoCNN contrata ex-repórter da Record demitida por causa de LulaNo decorrer do processo, Souza relatou que, ao discordar de um corte proposto por Figueiró, foi acusado de ter uma visão parcial devido à sua cor. “Você está dizendo isso porque é preto, está querendo defender preto”, teria respondido o editor-chefe. Uma testemunha confirmou ter ouvido as frases racistas e observou que Souza ficou visivelmente abalado após a discussão. Figueiró, por sua vez, negou qualquer comentário de cunho racial e afirmou não ter sido convocado para depor no processo.
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O desembargador Paulo José Ribeiro Mota, relator do caso, decidiu a favor de Souza em segunda instância, concedendo-lhe a indenização por danos morais. No entanto, Mota rejeitou outras demandas do jornalista, como a equiparação salarial e o pagamento de horas extras, alegando que essas questões não foram comprovadas ou estavam fora do escopo da decisão. A CNN Brasil reiterou que repudia qualquer forma de discriminação e esclareceu que a decisão não apontou racismo estrutural na empresa.
Figueiró defendeu seu posicionamento ao afirmar que sua argumentação sobre a reportagem visava apenas a sensibilidade em relação à imagem de Floyd, e não a exclusão do componente racial. “Eu defendi que a imagem não deveria ficar ininterruptamente no ar devido à sua natureza angustiante”, explicou. Ele ressaltou ainda sua participação na ampla cobertura do caso e dos protestos subsequentes, destacando que o episódio não refletia uma postura discriminatória.