Fernanda Montenegro, atriz, nesta sexta-feira (25) finalmente ocupou o seu lugar na cadeira número 17 da ABL (Academia Brasileira de Letras), e mostrou que mesmo com 92 anos, ainda tem fôlego para ajudar a cultura no país.
“A expressão teatral não morre”
“Acho que há uma carência cênica no país inteiro. A expressão teatral não morre. Superamos guerras, pandemias. O teatro não morre”, desabafou no seu discurso. A atriz veterana comentou sobre o preconceito que o indivíduo ligado a arte enfrenta, com muitos preconceitos e ruídos na comunicação.
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“Sou uma incansável autodidata. Sou atriz. Venho dessa mítica arte arcaica e eterna. Atores, cenógrafos, dramaturgos. Somos uma raça indestrutível”, disse. Somos amorais. Para muitos, ainda somos marginais. Nenhum pai e mãe aceitam um filho, muito menos uma filha, optarem pelo palco. Amadoramente, sim, mas não como profissão”, explicou.
Nomes como Gilberto Gil, que também ocupa uma cadeira na ABL, as atrizes Bárbara Paz e Christiane Torloni prestigiaram a renomada atriz. Sua filha, Fernanda Torres, também marcou presença.
“Ela é uma operária. Mamãe não para de trabalhar. Ela é inacreditável”, elogiou Fernanda na Folha de São Paulo.
Críticas ao governo Bolsonaro
Fernanda Montenegro não perde a oportunidade de detonar o governo de Jair Bolsonaro, que sucateou a cultura e transformou os artistas no país em algozes perante o público.
“O mais simbólico desse governo foi o fim da cultura das artes. Não tem governo radical que não pare a cultura das artes. Mas estamos nas catacumbas, vivos. E não estamos extinguidos”, desabafou ao Jornal O Globo.
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