“Gordos devem ocupar qualquer espaço”, diz Amanda do ‘Casamento às Cegas’

Quando Amanda Souza aceitou a oportunidade de participar de “Casamento às Cegas”, reality show da Netflix, ela não imaginava que fosse passar por um momento constrangedor, exibido para o mundo inteiro.

No programa que tem o objetivo de juntar homens e mulheres que não se conhecem pessoalmente em um casamento depois de algumas semanas, ela foi rejeitada por Paulo Simi, por não ter o corpo “padrão” que ele desejava.

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Apesar de as gravações já terem acontecido há alguns meses, ver as cenas deste momento foram difíceis para Amanda. “Eu já tinha processado… Achei, na verdade, que eu tinha processado bastante coisa. Mas, é lógico que a hora que eu assisti, inevitavelmente meu gatilhos também se acionaram. Na hora não foi muito fácil, mas eu tô ‘terapeutizada’”, contou para o Notícias da TV.

Ela também comentou sobre a repercussão da sua participação no reality show. “É surreal, um negócio que eu não imaginava. Eu esperava que a bolha do universo gordo, da qual eu faço parte, fosse impactada, lógico, porque era o objetivo”, disse.

“Eu me amo”

Durante a entrevista, Amanda também contou sobre como foi se envolver com Paulo, e depois acabar sendo rejeitada por ele. “Lógico que eu vivi um romance, obviamente é um programa para isso. Eu me joguei, me entreguei de verdade. Mas, independentemente do que aconteça, eu me respeito. Eu me amo, eu não vou emagrecer porque para ele a minha imagem é inadequada. Se não for esse motivo, não for por causa da minha saúde ou só por causa de mim”, contou.

“Eu queria que as mulheres olhassem para mim, já que essa história para mim é muito mais resolvida, eu busco isso. Eu me respeito de verdade para que elas olhassem e falassem: ‘poxa é possível, eu não preciso toda hora olhar para o espelho e falar que eu não tô certa. Eu não tô adequada’. Eu mereço, só que eu mereço primeiro gostar de mim. O motivo todo era esse. Infelizmente, o amor ali não foi cego, mas o meu não depende disso”, disse.

Amanda que trabalha como consultora de imagem, disse que acredita que sua participação no reality da Netflix seja a oportunidade de dar voz para outras mulheres como ela. “Meu sonho sempre foi que minha voz ecoasse cada vez mais alto. Por isso que eu escrevo o curso, escrevo artigo, posto a minha vida nos Stories. A minha roupa é uma forma política, sempre que possível estou de barriga fora. Eu não uso mais sutiã há anos, porque eu não gosto e está tudo bem”, explicou.

“Meu propósito é que as mulheres se entendam melhor, que elas se respeitem mais. Todo dia a gente está recebendo informação na mídia de que ‘precisa perder uns quilinhos’, ‘já fez um botox aqui’. ‘e esse cabelo branco? Você não vai pintar?’, ‘vai engravidar quando?’, ‘mas você não vai namorar ninguém?’. É difícil ser mulher”, disse.