Pepita e a maternidade que transforma: “Nasci para ser mãe”

Cantora, atriz e apresentadora, Pepita fala sobre a realização do sonho da maternidade, os desafios de ser uma mulher trans e a criação do filho Lucca em um mundo ainda marcado pelo preconceito.

Arquivo Pessoal
"E quando volto para casa com os pés cansados, é o sorriso do Lucca que me faz lembrar que tudo vale a pena."
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O Dia das Mães é uma data para celebrar o amor, o cuidado e a força de quem dedica sua vida a formar outras vidas. Neste ano, o Observatório dos Famosos decidiu ir além das homenagens tradicionais e ouvir de perto a história de uma mulher que representa, com coragem e sensibilidade, a mãe brasileira moderna. Seu nome é Pepita, multiartista que encanta como cantora, atriz e apresentadora — e que, acima de tudo, se realiza como mãe de Lucca Antônio, de três anos.

A história de Pepita é marcada pela resistência, pelo afeto e por um sonho que floresceu mesmo em meio a barreiras. Mulher trans, ela sempre acreditou que poderia ser mãe — mesmo quando a sociedade insistia em dizer o contrário.

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“O sonho da maternidade existe há muitos anos, mesmo quando parecia impossível para uma mulher trans. A sociedade tenta limitar nossas possibilidades, mas eu sempre acreditei no amor que tinha para dar. A chegada do Lucca foi a realização de tudo o que sempre senti: que eu nasci para ser mãe”, conta

Casada com Kayque Nogueira desde 2020, Pepita vive a maternidade com intensidade. A adoção de Lucca, em 2022, trouxe não apenas a concretização de um desejo profundo, mas também uma nova perspectiva sobre sua própria força.

Família reunida na comemoração dos 3 anos de Lucca Antônio – Arquivo Pessoal

“Ser mãe é um ato de amor incondicional, é acolher, ensinar e aprender todos os dias. É estar presente com o coração, mesmo quando o corpo está exausto. Minha referência foi minha mãe, que me ensinou a amar sem impor condições. Hoje, quero ser essa referência para o meu filho”, diz emocionada.

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Em meio a uma carreira agitada — recentemente, brilhou na novela Beleza Fatal, da Max —, Pepita aprendeu a equilibrar os palcos com as tarefas da maternidade.

“É desafiador, claro. Mas o amor nos dá força. Com apoio, organização e muita presença, eu consigo viver esses dois mundos. E quando volto para casa e vejo o sorriso do Lucca, tudo faz sentido”, afirma

Apesar das conquistas e da realização pessoal com a maternidade, Pepita reconhece que os desafios não se encerram com a chegada do filho. Ser uma mãe trans, em uma sociedade ainda marcada por estigmas e discriminações, traz preocupações reais. Um dos maiores receios de Pepita é o de que Lucca, ainda tão pequeno, possa sentir na pele os efeitos do preconceito que ela mesma já enfrentou.

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“Estarei com o Lucca a cada passo.” – Arquivo Pessoal

“Sim, eu tenho medo de que o Lucca sofra por ser filho de uma mulher trans. Mas escolho educá-lo com consciência, autoestima e orgulho. Converso com ele, com a escola, com a comunidade. O preconceito se combate com amor, diálogo e presença. E eu estarei com ele em cada passo”, garante.

Com a sensibilidade de quem viveu esse processo de perto, Pepita sabe o quanto o sonho da maternidade pode parecer distante para muitas mulheres trans. Ainda assim, ela acredita no poder da representatividade, da informação e, principalmente, do amor como força transformadora. Por isso, faz questão de deixar uma mensagem de esperança para quem ainda está no caminho.

“Ser mãe é nosso direito.” – Arquivo Pessoal

“Não deixem o medo apagar o sonho. A maternidade é possível para nós. Construam redes, se informem e acreditem no amor que carregam. Ser mãe é nosso direito. Estamos vivendo um tempo de mudança, e somos parte dessa transformação”, conclui.

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Neste Dia das Mães, a história de Pepita nos convida a refletir sobre os diferentes caminhos da maternidade. Com coragem, ela nos lembra que amor de mãe não conhece limites, nem rótulos — apenas verdade.