Pupilo de Wesley Safadão e “garoto da vovó”: conheça a história de Devinho Novaes, o fenômeno da sofrência

Publicado em 07/02/2018 09:45
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Era dia 20 de janeiro. Devinho Novaes se apresentava no Fest Verão Sergipe, certamente o maior evento musical do menor estado do Brasil e um dos maiores da região Norte/Nordeste.

Mesmo sendo a primeira atração, uma multidão está lá para vê-lo – estima-se 30 mil pessoas naquele momento. No meio do show, Devinho chama a sua querida vó, dona Lourdes, que o criou e o incentivou a começar a música.

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Ela canta algumas músicas e depois sai do palco. Devinho parece feliz. Cantar num festival grande era seu sonho, agora mais do que realizado.

Mas Devinho não para. Até o Carnaval, ele tem agenda totalmente lotada. Em alguns dias, fará três shows por noite. Tudo isso graças a um hit: Alô Dono do Bar, aquele que puxa uma moda para o cantor se embriagar.

Entoado por Devinho juntamente com Wesley Safadão, de quem é considerado um pupilo, o clipe já tem 12 milhões de visualizações no YouTube, além de estar no repertório de shows de grandes artistas.

Mas é o garoto de 20 anos, com apenas dois anos de carreira, que tem se dado bem. Durante o Fest Verão, Devinho recebeu a equipe do Observatório dos Famosos em se camarim e falou um pouco da sua vida.

Devinho Novaes antes de ir para a sofrência era Devinho do Cavaco. Na época, ele tocava uma mistura de pagode com músicas tristes. O próprio Devinho admite: ele já tinha sofrência na época, mesmo que o ritmo não seja exatamente o que é hoje.

Devinho Novaes se apresentando em Festival Feste Verão Sergipe, em Aracaju (Divulgação)

“Quando eu ia tocar em aniversário, eu tocava brega e arrocha. Eu coloquei dois vídeos nas redes sociais, e o tecladista me descobriu. Gravamos um CD e colocou pra tocar na região. Do nada, surgiram contratantes, o povo começou a ouvir, e graças a Deus a gente tá viajando por aí. 45 shows no mês e contando”, diz ele.

Gravar com Safadão era algo que Devinho jamais imaginava. E ele explica como o elo aconteceu: “Um amigo da gente, que é da Augustus Produções, o Pedrinho, ele ouviu e disse que ia mandar para um amigo dele. Só que ele não disse que amigo era esse (risos). Do nada, ele me fala que Safadão está cantando minha música. Achei que era mentira. Eu só acreditei quando vi no Instagram. Me emocionei muito, chorei e tudo. Com dois dias, ele me chamou pra ir no Ceará e gravar um clipe. Quando ele lançou, bombou”.

Devinho diz que não se importa em ser chamado de pupilo de Safadão. O cantor fala que isso é muito mais do que ele imaginava. “Eu gostei demais, pra vir de um cara como Safadão… E todo mundo tocando e gravando minha música, isso que fico feliz”.

Em março, Devinho vai ter uma nova escala na sua sofrência pelo Brasil. Ele vai gravar com Marília Mendonça, o principal nome do gênero no País. Detalhes ainda não foram definidos, mas ele segue bem animado.

“Ainda não temos noção da música, porque estamos preparando ainda. Mas vamos gravar e eu tô bem animado”, comenta. Mesmo sendo novo, Devinho tem cabeça. Ele planeja um 2018 de trabalho para ajudar a comprar uma casa para sua avó.

Devinho Novaes cantando no Fest Verão Sergipe, em Aracaju (Divulgação)

“Eu não vou mentir para você que pensei em investir em imóveis e carros, mas hoje, meu maior pensamento é ter uma casa, comprar uma casa para mim e para minha avó. Ainda tem muito show do boyzinho para acontecer”, explica.

Devinho também rechaça a ostentação, muito comum para quem consegue sucesso nesse meio. Ele pensa no passado pobre e difícil que teve. “Eu nunca gostei disso, de ter esse tipo de relação com a ostentação. Eu já tentei ficar desumilde, nojento com as pessoas. Mas eu não consigo. Toda vez que alguém fala mal de mim, eu sei que aumenta meu sucesso, aumenta minha saúde, aumenta meu interesse pela música”.

Por fim, Devinho se define como pessoa e a simplicidade na sua resposta chama a atenção. “Eu me defino como uma pessoa feliz, com humildade, um cara extrovertido. Sempre gosto de sair com minha família. Se fizerem mal pra mim, eu deixo pra lá e sigo em frente. E eu espero que todo mundo conheça mais do boyzinho lá pra frente”.

A entrevista termina, mas a noite não acaba. Depois dali, Devinho ainda pega a estrada e vai para mais um show na noite. Mas o que importa mesmo pra ele é tocar. Ele precisa tocar não para ganhar dinheiro, mas para dar orgulho a sua avó e acalentar os corações sofredores. Não é trabalho, é missão de vida.

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