Rodrigo Santoro, ator, em entrevista para o jornalista Zeca Camargo, admitiu que recusou vários trabalhos no exterior após inúmeros filmes bem sucedidos no Brasil.
“Desserviço”
“Era um modelo de produção, onde eu lia roteiros e eram muito estereotipados. Eu recusei algumas coisas porque eu achava que era um desserviço. Primeiro porque eu não achava interessante, porque eu não achava que tinha profundidade o suficiente. Imagina, eu estava vindo de ‘Bicho de 7 Cabeças’, ‘Abril Despedaçado’, ‘Carandiru’. Foram minhas três primeiras experiências no cinema. E eu estava querendo expandir para mais profundidade, para mais pesquisa, para mais estudo. E me deparei com um personagem mais chapado. Era sempre um Juan, um Jamirez…”, desabafou.
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O ator se encontra focado na divulgação do seu novo longa Prisioneiros no streaming da Netflix e não escondeu o entusiasmo com o novo trabalho.
“Esse filme, “Os 7 Prisioneiros”, não existiria se não fosse o streaming. Até porque vivemos um momento onde a produção cultural no Brasil é, praticamente, inexistente. O cinema está sobrevivendo, por exemplo, graças ao streaming. O “7 Prisioneiros” é um exemplo disso. O filme vai estrear também no cinema. Ele vai estar no streaming, na plataforma e, também, no cinema. São duas formas, inclusive de se relacionar com a obra, duas formas de assisti-lo. É diferente você assistir um filme no cinema e assistir no streaming, mas o streaming também está dando acesso a muitas pessoas que talvez não fossem ao cinema”, revelou.
Homenagem à Gilberto Braga
Mesmo no exterior, Rodrigo Santoro mostrou gratidão ao autor Gilberto Braga, que morreu no mês passado, pela oportunidade na novela Pátria Minha e rasgou elogios para o autor.
“Gilberto Braga tinha um talento ímpar para provocar o País. Suas histórias questionavam nossas estruturas sempre com inteligência e elegância. Lembro-me de ter feito alguns testes, até ser aprovado por ele, para fazer um personagem em “Pátria Minha”, em 1994. Foi um dos meus primeiros trabalhos na televisão, e tive a oportunidade de estar perto de Claudia Abreu, Tarcísio Meira, Eva Wilma e outros tantos mestres. Seu texto afiado e sua visão ousada sobre a sociedade brasileira farão falta. Descanse, mestre. Obrigado por tudo”, disse.
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