Enquanto as crianças da sua idade apenas brincavam sem nenhuma preocupação na vida, Renato Prado, aos sete anos, vivenciava as dificuldades da sua família em sua infância humilde. Com a separação dos pais a renda familiar diminuiu agravando ainda mais a situação. Moravam em uma casa de madeira ao lado de um córrego dentro de uma favela. Viviam com a impressão que a moradia seria arrastada pela correnteza das águas a qualquer momento.
“Minha mãe sofria muito por não saber o que fazer para criar a família sozinha. Tive uma infância difícil e sei que essa dureza está refletida em grande parte das famílias brasileiras. Eu engrossava o índice das famílias que viviam em situações de pobreza extrema e isso foi um dos fatores que nos trazia imensa dificuldade. A criminalidade e violência era coisa rotineira no nosso universo”, lembra Renato.
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Aos 11 anos a mãe veio a óbito. Antes da perda da mãe trabalhava descarregando caminhões na feira e sem saber do paradeiro do pai tornou-se responsável por levar o sustento para dentro de casa. Passou a morar na rua sofrendo preconceitos e sendo desprezado, mas sempre com o sonho de voltar dando a volta por cima. Viveu em situação de rua dos 11 aos 13 anos de idade e nesse período trabalhava como engraxate.
“Quando eu estava nas ruas sempre que podia ficava em albergues. Trabalhei em um supermercado durante mais de um ano e fui morar em uma pensão. Com 17 anos voltei a estudar e fui trabalhar como office boy em uma empresa de motoboys. Atingindo a maioridade comprei uma moto pra trabalhar como motoboy na mesma empresa. Trabalhava como motoboy das 07 da manhã às 15 horas e na Bayer das 23 às 06 da manhã. Sempre sonhava em vencer e com 20 anos fui trabalhar em uma empresa de despachante chamada Asa despachantes”, conta Renato.
Renato descobriu que despachante ganhava muito bem na época e assim iniciou os estudos para trabalhar na função. Entrou para o curso de Ciências Contábeis com objetivo de prestar concurso para despachante. Na ocasião recebeu a informação no escritório pelo seu patrão que a função de despachante passava de pai pra filho e por isso nunca poderia exercer a profissão de despachante. “Foi um balde de água fria em meus planos. Fiquei muito triste em uma situação desagradável durante meses sem saber se poderia ou não exercer a profissão como despachante documentalista. Então veio a oportunidade para mudar a vida de Renato. Mudaram a lei através do Crdd e começaram a exigir concurso para o cargo de despachante. Foi quando prestei concurso, passei e foi assim que dei a volta por cima”, completa Renato.
Renato tem como meta de vida transmitir sua realidade, seu caráter, dignidade, trajetória e lutas, mostrando que todo ser humano é capaz de conquistar tudo aquilo que acredita. Hoje, realizado no mundo dos negócios, dedica seu dia ao trabalho no escritório de despachante, restaurante, loja de suplementos alimentares, loja de carros e também em investimentos em aluguel de casas, apartamentos e galpões. Mas sua maior conquista foi ter formado uma família. Costuma ajudar muitas pessoas agradecendo pelas conquistas e relata que isso é só o começo.
Para acompanhar mais sobre seu trabalho seu Instagram é https://instagram.com/renatoprado.oficial e https://instagram.com/rrdespachante.sp
Conteúdo produzido por Seja Mais Digital e enviado por Joyce Silva.