Grazielly Rangel, influenciadora digital e criadora de conteúdo adulto, passou por uma situação delicada na última semana. Durante uma ação realizada no Rio de Janeiro, a blogueira que é uma mulher trans, foi revistada por um policial e se sentiu constrangida. Durante a abordagem filmada, a mesma relatou que existia uma mulher na corporação fazendo o mesmo e a tratando com respeito, no feminino. Mesmo assim foi o homem quem teria feito o trabalho e examinado a moça na estrada. Um famoso, contratado de uma afiliada do SBT, entrou na confusão e acabou postando mensagens preconceituosas.
Com a repercussão do caso e o vídeo que viralizou, um apresentador da TV Tambaú, afiliada do SBT em João Pessoa (PB) se manifestou e cometeu transfobia contra Grazielly. O jornalista Michel Andrade escreveu: “Meu amigo, você tem uma madeira. Então quem tem que revistar você é um homem! Ou tu queria uma mulher metendo a mão nos teus ovos? Pelo amor de Deus! Vamos parar de frescura”. Em outro comentário publicado, o comunicador continuou sendo preconceituoso.
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“Ele tem pênis, testículos. Você acha certo uma mulher meter a mão no p*u dela? Pera aí, meu amigo! Eu não tenho nada contra, mas aí já é demais. Se não tivesse o pinto e provasse que não tinha, a mulher poderia revistar sem problemas nenhum. Mas com um um p*u lá? Não dá né, amigo? É simples de entender”, disparou Michel Andrade, colaborador da TV Tambaú, representante do SBT na Paraíba. Procurada por este colunista, Grazielly Rangel se pronunciou com exclusividade: “Ele me bloqueou e o vídeo continua na página dele. Vou processar ele! Foi totalmente transfóbico, me chamando de ele e falando que sou homem mesmo. É como se eu fosse chacota e infelizmente somos vistas na socidade assim. Ninguém respeita! Estou cansada disso já”.
Decepcionada, Grazielly apareceu nos Stories do Instagram e cobrou uma resposta da emissora: “Agora vamos ver cadê o SBT pra falar sobre isso aí, né? Um apresentador de televisão vindo fazer discurso de ódio, entendeu? Discursando essas coisas contra mim. Quer saber qual é a minha opinião? Eu sei que tem muita gente aí, inclusive da classe LGBT, que eu não sou a primeira e nem a última que vai passar por isso. Então deixa a gente ser vista como chacota, né? Se muitas pessoas da própria classe LGBT… algumas até entraram em contato e foram solidárias. Agora a maioria mesmo que se diz influencer e lutar pelas causas… Nicole Bahls, Barbitch e não sei mais quem que luta pelas causas, nenhuma se manifestou. Eu não vou ser a primeira e nem a última! Vai acontecer com outras“.
Mesmo com prints e os comentários postados, Michel Andrade tentou corrigir o erro respondendo outro internauta: “Eu amo a todos, todas, todes e assim vai! Estão querendo me crucificar porque errei o pronome, chamei ela de ele. Até já pedi desculpa, mas quando eu discordo de algo, eu não estou sendo preconceituoso. É apenas minha opinião! E teve uns poucos que não entenderam e estavam me atacando de várias formas. Mas eu perdoo e já pedi desculpa por ter errado o pronome no comentário. Não fui homofóbico em nada na descrição, pelo contrário, eu tenho vários amigos gays e respeito todos. O assunto aqui é outro! Não venha querer mudar o contexto. Abraço, lindo”.
Atualização
Após o ocorrido, procuramos a afiliada que se pronunciou: “A Rede Tambaú de Comunicação – TV Tambaú/SBT – repudia qualquer tipo de discriminação, seja por gênero, raça, cor ou religião. Nosso conteúdo é pautado pela ética e pelo respeito às diferenças. Jamais pactuaríamos com atitudes discriminatórias”.
“A opinião pessoal de um dos nossos colaboradores, divulgada em suas redes sociais, não corresponde em nenhum aspecto com os valores defendidos pela empresa. Por fim, informamos que estamos adotando todas as medidas administrativas cabíveis ao fato”.