Você já teve dificuldade em ouvir sons, ou outros sintomas, como zumbido e a sensação de pressão nos ouvidos? Uma das causas pode ser a Síndrome de Ménière, uma patologia que acomete indivíduos de qualquer idade. A perda auditiva em seus mais variados graus é um dos principais problemas que levam as pessoas aos consultórios de otorrinolaringologia.
A apresentadora Mariana Rios já revelou possuir a condição rara, também conhecida como hidropsia endolinfática, que provoca zumbido no ouvido e, em casos mais graves, perda de audição. Em entrevista ao Vênus Podcast, Mariana disse que teria adquirido a doença por conta do estresse e que precisa tomar remédio diariamente. Além disso, ela contou que teve cerca de 30% de perda auditiva no ouvido esquerdo e ainda comentou sobre os sintomas que sofre.
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“Não tem o que fazer, não tem cura. E eu tenho sempre que monitorar para não piorar e me policiar para não ter picos de estresse, senão eu posso perder ainda mais a audição“, disse. A doença rara atinge, em média, de 46 a 200 pessoas a cada 100 mil indivíduos no Brasil (dados da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia). A faixa etária está entre os 20 e 50 anos e as mulheres apresentam maior predisposição.
Mas, afinal, o que é a doença de Ménière?
De acordo com o médico otorrinolaringologista Alexandre Colombini, a Síndrome de Ménière é uma doença rara e sem cura que acomete o labirinto, estrutura responsável pela audição. As causas corretas ainda não são completamente esclarecidas, no entanto um líquido que fica dentro da cóclea aumenta, o que pode gerar uma maior pressão causando o início dos sintomas. “Algumas possíveis causas apontadas por estudos são alterações metabólicas, intolerâncias alimentares, doenças autoimunes e causas genéticas”, explica o especialista.
Os sintomas mais comuns são: perda de audição flutuante (que pode voltar após alguns minutos ou horas); episódios de vertigem; sensação de ouvido tapado; náuseas e vômitos. Embora seja uma doença sem cura, existem alguns tratamentos para amenizar os sintomas, como remédios diuréticos e uma dieta com menos sódio. Além disso, a prática de exercícios, sono regular, práticas para reduzir o estresse e a diminuição de cafeína e álcool podem colaborar para o controle dos sintomas.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
O diagnóstico, de acordo com o otorrinolaringologista da Unimed Sul Capixaba, Carlos Eduardo Dilen, é baseado nos sintomas relatados pelo paciente e em uma avaliação médica completa em consultório. Além disso, como explica o especialista, exames audiométricos podem ser realizados para avaliar a audição. Testes para avaliar a função do equilíbrio e exames de imagem, como ressonância magnética, para excluir outras possíveis causas dos sintomas, também podem ser solicitados.
“É de fundamental importância entender a causa para tratá-la. No caso de estresse, por exemplo, enquanto não buscar formas de ter mais qualidade de vida, o problema pode persistir e até piorar, mesmo com tratamento em curso”, disse. De acordo com o médico, durante o tratamento, o paciente pode ter uma dieta com restrição de sal e medicamentos para controlar a vertigem e os sintomas associados.
“Em alguns casos, podem ser indicadas terapias de reabilitação para melhorar o equilíbrio e, em casos mais graves, intervenções cirúrgicas, como a descompressão endolinfática seletiva”, disse. O otorrinolaringologista explica ainda que, embora não haja uma medida preventiva definitiva para a síndrome de Ménière, algumas estratégias podem ajudar a reduzir o impacto dos sintomas na qualidade de vida.
“Isso inclui evitar alimentos ricos em sal, cafeína e álcool, gerenciar o estresse, adotar uma dieta saudável e equilibrada, e evitar fatores que possam desencadear ou agravar os sintomas, como exposição a ruídos intensos ou situações de grande estresse emocional“, finaliza.
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