Poliamor e namoro com mulher casada: o que não te contaram sobre Manuel Bandeira

Segundo o pesquisador Carlos Costa, o autor de 'Vou-me embora pra Pasárgada' foi um homem solitário e namoradeiro

Publicado em 21/02/2024
Por Em Off
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Teresa, você é a coisa mais bonita que eu vi até hoje na minha vida. Inclusive o porquinho-da-índia que me deram quando eu tinha seis anos“, escreveu Manuel Bandeira no poema Madrigal Tão Engraçadinho, publicado no livro Libertinagens, em 1930. Na obra, o escritor também exaltou: “Como as mulheres são lindas! Inútil pensar que é do vestido…“. Suas palavras, vezes românticas, vezes cômicas, o deixaram famoso, principalmente quando avisou que iria embora pra Pasárgada, onde “Terei a mulher que eu quero, na cama que escolherei“.

Para muitos, aliás, o autor chega a ser uma figura inumana — um super herói. Contudo, Carlos Costa, pesquisador que publicou o livro Escritores são humanos: histórias cotidianas da literatura brasileira, provou que, na verdade, os grandes nomes da literatura brasileira “são feitos de carne e osso, da mesma matéria que a nossa“. Apesar de não biografar Manuel Bandeira em seu livro, Carlos Costa conseguiu inúmeras informações do autor de Os Sapos pelo fato de ter sido amigo dos modernistas cujas vidas estudou.

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Apesar de não ser ensinado nas escolas, segundo Carlos Costa, o pernambucano Manuel Bandeira teve vários casos amorosos. “Chegou a namorar com três mulheres ao mesmo tempo! Namorou Frédy Blank, uma holandesa, que inclusive era casada; uma pernambucana, Dulce Pontes, e uma mineira Maria de Lourdes“, disse o pesquisador Carlos Costa com exclusividade à coluna Gabriel Sorrentino – EM OFF. Em seguida, ele ainda acrescentou: “A figura magra e dentuça de Manuel Bandeira fazia sucesso com as mulheres, né?“.

Contudo, mesmo sendo extremamente namoradeiro — ou seria um romântico irreparável? —, Manuel Bandeira foi um homem solitário e nunca se casou. Segundo Carlos Costa, o escritor era muito discreto, apesar de ter tido muitos amigos. “Ter namorado três mulheres ao mesmo tempo talvez tenha sido seu maior ‘pecado’. Não vislumbro nada no comportamento de Bandeira que lhe desse dor de cabeça… Até porque ter vários casos amorosos atualmente não é motivo para cancelar ninguém, não é verdade?“, concluiu o autor de Escritores são humanos: histórias cotidianas da literatura brasileira.

No livro Escritores são humanos, Carlos Costa conta que Machado de Assis era ciumento. “E muito! Não permitia que a esposa participasse das conversas com os poucos amigos que lhes visitavam. Só aos muito íntimos consentia que apertasse a mão e isso mesmo, nem sempre“, escreveu o pesquisador na obra. Machado de Assis e Carolina Augusta se casaram no dia 12 de novembro de 1869. Aliás, é sabido que o artista era extremamente apaixonado por sua esposa: não é à toa que suas cartas endereçadas à esposa foram assinadas como Machadinho.

Outra característica de Machado exposta por Calos Costa foi o vício em jogo — o que deixava o autor de Esaú e Jacó bem estressado, diga-se de passagem. A conversa fiada e as partidas de gamão e xadrez aconteciam sempre na casa da família Smith Vasconcelos “‘Seu’ Machado, como era chamado, vinha de capa, chapéu coco à mão, guarda-chuva no braço. O traje era costumeiramente correto e conservador. Andava sempre de preto, o que lhe dava um ar soturno. Enquanto dona Carolina e a baronesa conversavam baixinho ou cochilavam na varanda, o marido jogava com a família Smith. Inclusive com as crianças, coisa que adorava fazer”, escreveu o autor.

Em seguida, Carlos Costa ainda explicou que, na verdade, as partidas mais disputadas ficavam por conta dos dois amigos, Machado e José Smith de Vasconcelos, quando jogavam gamão. “Ninguém queria perder, julgando-se cada um o melhor. Ranzinza e nervoso, Machado demorava-se, muito hesitante nas jogadas“, contou o pesquisador no livro. Aborrecido por causa do jogo, às vezes, o nervoso autor de Memória Póstumas de Brás Cubas ainda ficava ‘de mal’ com o colega. Segundo Carlos, Machado de Assis ficava dias sem aparecer na casa da família Smith. Porém, por causa do vício, não conseguia ficar muito tempo afastado e logo voltava a rever seus parceiros de jogatina

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