A empresa CAA anunciou ter dispensado Kanye West como cliente, confirmou a revista Variety. Além disso, um documentário completo sobre West foi cancelado em meio aos seus recentes comentários antissemitas, anunciaram os executivos do estúdio MRC Modi Wiczyk, Asif Satchu e Scott Tenley nesta segunda-feira. “Esta manhã, após discussão com nossos cineastas e parceiros de distribuição, tomamos a decisão de não prosseguir com a distribuição de nosso documentário recém-concluído sobre Kanye West. Não podemos apoiar nenhum conteúdo que amplifique sua plataforma”, escreveram eles
“Kanye é produtor e sampler da música. Na semana passada, ele sampleou e remixou uma ideia clássica que está nas paradas há mais de 3.000 anos – a mentira de que os judeus são maus e conspiram para controlar o mundo para seu próprio ganho”. Eles acrescentaram: “O silêncio de líderes e corporações quando se trata de Kanye ou antissemitismo em geral é desanimador, mas não surpreendente. O que é novo e triste é o medo que os judeus têm de falar em sua própria defesa”. Nas últimas semanas, West fez comentários controversos sobre o povo judeu, o que levou à restrição de suas contas no Twitter e no Instagram.
No domingo, manifestantes antissemitas se reuniram em um viaduto da Freeway 405 em Los Angeles e penduraram faixas elogiando West. A dispensa da CAA em relação a Kanye West e o cancelamento de seu documentário ocorrem depois que o CEO da UTA, Jeremy Zimmer, enviou um memorando para toda a empresa denunciando o antissemitismo e pedindo um boicote ao West no domingo à noite. West foi brevemente um cliente da UTA, mas voltou para a CAA depois de um ano. “Lamentavelmente, o antissemitismo, o racismo e muitas formas de ódio e intolerância fazem parte do tecido da sociedade. Geralmente, eles vivem como uma praga corroendo a saúde das comunidades e são combatidos pela compreensão, tolerância e bondade geral da maioria das pessoas”, escreveu Zimmer. “Mas, ao longo da história, alguns usaram sua plataforma pública para vomitar a praga em voz alta e espalhar o contágio com efeitos perigosos. Kanye é o mais recente a fazê-lo, e estamos vendo como suas palavras encorajam outras pessoas a amplificar suas crenças vis. Também vi cópias de panfletos horrivelmente antissemitas deixados neste fim de semana nas portas de casas nos bairros de Los Angeles, mostrando que os 405 banners não são o fim de tudo.”