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Não foi overdose: Mistério na morte de Cássia Eller virou caso de polícia

Família lutou anos para provar que cantora teria sido vítima de erro médico

Publicado em 20/02/2023
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29 de dezembro de 2001 é a data em que o Brasil perdeu uma vozes mais inconfundíveis da música brasileira. Cássia Eller faleceu aos 39 anos, após sofrer três paradas cardíacas.

Conforme noticiado na época, a cantora chegou ao hospital “com quadro de desorientação e agitação”, que evoluiu “rapidamente para depressão respiratória e parada cardiorrespiratória”.

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Algumas pessoas associaram a morte ao consumo de drogas, o que a família batalhou para provar que não tinha sido e afirmou que, na verdade, tinha ocorrido um erro no atendimento da cantora.

Foi assim que a morte da mulher que só pedia a Deus “um pouco de malandragem” acabou se tornando um caso de polícia.

Naquele fatídico dia, Cássia foi levada para clínica Santa Maria, localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro, a artista estava reclamando de enjoos e mal-estar.

Ela foi internada na unidade coronariana e chegou a ficar no CTI (Centro de Terapia Intensiva), sem apresentar melhora. Durante a tarde, o quadro dela piorou e a equipe médica precisou tentar manobras de ressuscitação. Foram três, mas não teve efeito. Já era próximo das 18 horas quando a situação ficou ainda mais delicada, e a cantora veio a falecer.

Não teve causa divulgada oficialmente, os rumores eram de que o falecimento da cantora, que estava aparentemente saudável, teria sido devido a relação com abuso de drogas.

Ronaldo Villas, empresário da cantora na época negou o uso de entorpecentes e disse à imprensa que a parada cardíaca poderia ter relação com o excesso de trabalho. “Em sete meses, fez mais de cem shows”, afirmou ao jornal ‘Folha de S. Paulo’ na ocasião.

Após essa declaração o caso da morte de Cássia Eller passou a ser investigado pela 10ª DP (Delegacia de Polícia) de Botafogo.

Em entrevista meses antes, Cássia abriu o jogo e falou sobre a dependência química e contou dos problemas que enfrentou para largar a cocaína, mas garantiu que estava limpa. “Fiz um tratamento de desintoxicação, que durou de 98 a 2000. Encontrei Jesus, sigo com ele, limpinha”, afirmou.

Estava me atrapalhando muito, a ponto de perder compromissos. Tinha criança dentro de casa, minha mulher não estava gostando. Fui eu mesma que quis fazer, foi legal”, acrescentou.

E o laudo toxicológico do IML provou a versão da família que dizia: não havia álcool ou drogas no organismo da cantora. Com isso a morte foi nomeada como “enfarte agudo do miocárdio”.

Anos depois, a “vitória” da família: o Ministério Público do Rio de Janeiro apontou que houve erro médico no tratamento da cantora e que algum medicamento administrado no hospital tenha agravado o caso dela.

Não há nenhuma prova, em hipótese nenhuma, de que ela estivesse sob o efeito de álcool ou de drogas”, afirmou Marcos André Campuzano, o advogado contratado para representar a família da cantora.

Por decisão da 5ª Promotoria de Investigação Penal, a morte foi provada como natural e o caso foi arquivado sem culpar o hospital, que, segundo a promotora Renata Maria Cabo, deu atendimento de “forma técnica e adequada”.

Cássia Eller deixou sua companheira, Maria Eugênia, e seu o filho, Francisco Eller, que tinha oito anos na época e atualmente 26 anos.

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