Fatores como investimentos, política econômica, contas públicas, cenário internacional, inflação devem impactar fortemente neste ano
O economista e administrador Luis Felipe Miranda Pinto conta que otimizar operações, impulsionar o crescimento sustentável das organizações para tomar decisões informadas e com uma abordagem estratégica, o conhecimento em economia adquirido nos 36 anos de trabalho no mercado financeiro é aplicado. “Enquanto minha experiência como administrador me permite liderar equipes de forma eficaz. A busca incessante por inovação e eficiência são os pilares que norteiam meu trabalho, moldando um perfil empreendedor comprometido com o sucesso a longo prazo”, reforça.
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Ele fala que a inflação é uma preocupação recorrente, com taxas chegando a 10% nos últimos anos. O Banco Central tem utilizado políticas monetárias, como o controle da taxa básica de juros (Selic), para controlá-la e manter a estabilidade econômica.
Luis aponta que o mercado de trabalho brasileiro enfrentou desafios significativos, com a taxa de desemprego oscilando entre 8% e 14% nos últimos anos, já que a falta de crescimento econômico sustentável e a automação de processos contribuíram para essa situação.
De acordo com ele, a dívida pública atingiu níveis preocupantes. No ano passado, o país registrou déficit fiscal, e a projeção é de piora para os próximos anos. A falta de controle dos gastos públicos e a necessidade de reformas estruturais têm sido questões-chave nesse contexto. Fatores como a demanda global por commodities, preços das matérias-primas e políticas de parceiros comerciais importantes têm impactado a balança comercial brasileira.
O Brasil tem registrado déficits e superávits comerciais ao longo dos anos, refletindo a dinâmica do comércio internacional. “Os investimentos em infraestrutura têm sido insuficientes para atender às necessidades do país, prejudicando a competitividade e o desenvolvimento econômico. A falta de planejamento e a burocracia são obstáculos para a realização de projetos de grande porte”, explica.
O agronegócio
Conforme o economista, o impacto da economia internacional no agronegócio brasileiro em 2024 é certamente o fator mais significativo. O economista esclarece que as exportações de commodities agrícolas, como soja, milho, carne bovina e açúcar, representam uma parte significativa do agronegócio brasileiro. Em 2023, por exemplo, o agronegócio brasileiro atingiu cerca de 120 bilhões de dólares, representando, aproximadamente, 40% das exportações do país.
Luis Felipe afirma que a economia internacional desempenha um papel crucial no agronegócio brasileiro em 2024, afetando tanto a demanda quanto a oferta de produtos agrícolas, bem como os preços e a competitividade no mercado global. “Os produtores brasileiros precisam ficar atentos a esses fatores externos e adaptar suas estratégias de acordo com as mudanças no cenário internacional”, diz.
A questão tributária
É medida como uma porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB), representando a proporção da atividade econômica total direcionada para o pagamento de impostos.
Nos últimos anos, a carga tributária brasileira tem oscilado entre de 30% a 35% do PIB. Dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram a carga tributária média nos países membros da organização é de 34% do PIB, enquanto no Brasil esse número está em torno de 33%.
Luis Felipe esclarece que a carga tributária brasileira é composta por uma variedade de impostos, taxas e contribuições, que incidem sobre diferentes setores da economia e segmentos da população. “Os principais tributos incluem o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto de Renda (IR), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Isso pode afetar a competitividade das empresas brasileiras, reduzindo sua capacidade de investimento, inovação e expansão”, comenta.
Além disso, a complexidade do sistema tributário brasileiro e a burocracia associada podem representar um ônus adicional para as empresas, especialmente as de menor porte. Para Luis Felipe, a necessidade de reforma tributária sempre foi discutida no Brasil como uma forma de simplificar o sistema tributário, reduzir a carga fiscal sobre empresas e indivíduos, e aumentar a eficiência e a transparência na arrecadação de impostos. No entanto, a implementação de reformas significativas tem sido desafiadora devido a questões políticas e divergências de interesses entre os diferentes setores da sociedade. A reforma aprovada recentemente pode inclusive elevar a alíquota para, talvez, a mais alta do mundo. Esses dados destacam a importância da carga tributária brasileira como um elemento-chave da política econômica do país, influenciando a competitividade das empresas, a distribuição de renda e o crescimento econômico.
Mesmo diante de tantos desafios, o economista cita que os últimos dados sobre as perspectivas para os próximos meses são positivos. “A inflação sem grandes oscilações mantendo-se próxima de 3,64% ao ano, expectativa de PIB positivo com variação perto de 1,5% para o ano, câmbio se mantendo estável perto de R$ 5 na comparação do real frente ao dólar e a taxa de juros continuando sua trajetória de queda, mesmo que menos acentuada. Acabou de passar de 10,75% a.a para 10,50% a.a e com expectativa de fechar o ano em 9,5%a.a. Isso estimula a atividade econômica e acaba refletindo de forma positiva em vários indicadores”, conclui.