No dia 20 de julho de 2017, os fãs de Linkin Park e amantes da música receberam a pior notícia possível: morria Chester Charles Bennington, aos 41 anos, após ter cometido suicídio. O músico lutava contra problemas de saúde mental, e nunca escondeu isso, principalmente em suas letras.
Chester estava em uma residência privada em Palos Verdes Estates, Los Angeles. Ele era casado com Talinda Bentley e tinha, ao todo, 6 filhos. Nas redes sociais, Bentley não deixou de comentar o peso da data e a saudade que sente do marido: “5 anos desde a última vez que te vi e beijei seu adorável rosto”.
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Pessoas próximas a Chester contaram que os últimos momentos que antecederam sua morte foram bastante intensos. Cerca de 2 meses antes de tirar a própria vida, o vocalista estava desolado com a partida de Chris Cornell, outro nome importante do rock, que também atentou contra a própria vida. Chester chegou a cantar no velório do amigo e não escondeu o baque que havia sentido.
“Você me inspirou em momentos que nem faz ideia. Seu talento era puro e incomparável. Sua voz era alegria e dor, fúria e perdão, amor e desilusão tudo misturado”, disse Chester em uma longa homenagem prestada ao amigo, no Twitter.
Outro ponto levantado por amigos e pessoas que trabalhavam com Chester foi que, após o profundo sofrimento pela morte do amigo, ele passou a aparentar mais esperança, estava cheio de ideias, mais disposto e tentando estimular todos ao redor, como detalhou Jim Digby, que atuava como diretor de turnês do Linkin Park, em entrevista para a Rolling Stone:
“Nós vimos o Chester mais vivo e presente na minha história de 15 anos e meio com a banda. Ele estava talvez na melhor condição física da vida dele”, disse Jim. A morte de Chester se deu em meio ao momento de divulgação do então disco mais recente da banda, One More Light.
Com isso, a morte precoce de Chester levantou debates mundo afora sobre o perigo da depressão, que age, muitas vezes, silenciosamente. Muitos usaram como exemplo alguns registros de Chester sorridente, dias antes de morrer. Seis dias antes da tragédia, Bennington gravou uma participação para o programa Carpool Karaoke. A família acabou autorizando a ida do programa ao ar e podemos ver uma pessoa como qualquer outra: brincando, se divertindo, sorrindo, cantando, mas doente. Além da depressão, Chester enfrentava problemas com drogas, como o alcoolismo.
É muito importante lembrar que, no Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação civil sem fins lucrativos, oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, de forma gratuita, 24 horas por dia. Qualquer pessoa que queira e precise conversar, pode entrar em contato com o CVV, mantendo o sigilo, pelo telefone 188, além de e-mail, chat e Skype, disponíveis no site www.cvv.org.br.
O talento de Chester Bennington
Chester era vocalista de uma banda que, por si só, trazia inovação e muita originalidade. O Linkin Park era uma banda de metal com sonoridade aberta, flertando com o Rap, tinha letras fortes e reflexivas que geraram rápida identificação com um aflito público jovem.
Ao todo, foram sete álbuns produzido com Chester em vida, com destaque aos primeiros: Hybrid Theory (2000), Meteora (2003) e Minutes To Midnight (2007), que trouxeram hits memoráveis como Numb, Papercut, Faint, From The Inside, In The End, Given Up, entre outros.
Mas nada disso teria tanto alcance, não fosse a barbaridade que era a voz de Chester. Cantando, era muito sensível, preciso, afinado e passava sentimento de um jeito visceral. Berrando, um acontecimento da natureza, inexplicável.