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De bilheteiro e agente corporativo a DJ nos maiores eventos do Brasil: conheça Kelner

Com nome artístico derivado do sobrenome, o carioca Igor Kelner Netto já produziu uma turnê com o cantor Maluma e dividiu o palco com Pedro Sampaio, Ludmilla, Mumuzinho, Lennon e Xamã

Publicado em 03/04/2023 22:24
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Quando artistas consagrados mundialmente são vistos no palco se apresentando com toda sua energia e talento, nem passa pela cabeça do público que em um passado não tão distante eles exerciam uma profissão completamente diferente da atual, o que causa surpresa entre os fãs e admiradores. Esses casos são mais comuns do que pensamos, Igor Kelner é um daqueles que, com o sonho de alcançar seu objetivo, foi trabalhar intensamente, tanto que, até certo ponto, teve que realizar outras atividades. Hoje, colhendo os frutos que plantou, Kelner é o responsável por animar as maiores festas do país.

Réveillon Amoré (Pernambuco), Silvestre do Gostoso (Rio Grande do Norte), Noronha Weekend (Fernando de Noronha), Nosso Camarote (Sapucaí), Resenha do Mumu (Criado por Mumuzinho), Numanice (Projeto Ludmilla). Além das festas Reconhecidas, responsáveis ​​por reunir milhares de pessoas, esses eventos têm mais um ponto em comum: todos tiveram Kelner como atração.

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 Mas não para por aí, o DJ já dividiu o palco com grandes artistas de diversos ritmos musicais como Dilsinho, Ludmilla, Zé Neto e Cristiano, Vintage Culture, Xamã, Menos é Mais, Lennon, Dennis DJ, Matheus e Kauan e uma lista interminável de celebridades. O que lhe dá grande reconhecimento na indústria. No entanto, nem sempre foi assim. Antes de se encontrar profissionalmente, Igor passou por um extenso processo, que resultou em conhecimento em diversas áreas.

Em 2013, Kelner trabalhava como promotor de festas no Rio de Janeiro, sua cidade natal, vendendo ingressos para eventos produzidos pelo ex-cunhado. Uma importante produtora da região, após ganhar popularidade graças ao grande volume de ingressos vendidos, cedeu o espaço para que Igor produzisse seu próprio evento. Juntamente com a equipe, o DJ venceu esta primeira oportunidade e decidiu seguir no mercado de entretenimento.

Já em 2015, Igor produzia cerca de cinco eventos por mês e quando assistiu ao lançamento da dupla de DJs Jack U, que na época era formada por Diplo e Skrillex, os gigantes da cena, decidiu que gostaria de aprender a play e outros de aceitação no Brasil até então raramente reproduziam ritmos como grime, trap e dubstep.

Kelner (Foto: Felipe Archer)

Apesar de não ter interesse em tocar em terceiros, Kelner produziu diversos eventos com André Barros e Victor Vidal, sendo que todos se incluíram no line-up. Desde então, através do contato com diversos fornecedores, DJ decidiu que havia um mercado a conquistar, mas por pressão da família e medo da nova profissão, sentiu-se inseguro para continuar e foi forçado a ingressar no mundo corporativo. Trabalhou na área de marketing empresarial, no setor B2B (business to business), fez parte da maior empresa de cigarros do mundo, a Souza Cruz, empresa brasileira subsidiada pela holding britânica British American Tobacco. Em 2018 a 2019, quando sentiu outros valores pulsarem, decidiu largar o emprego e estudar produção musical na AIMEC para aprimorar seus conhecimentos musicais. Só então ele começou a viver seu sonho.

Em 2020, quando o mercado de entretenimento não deve voltar devido à pandemia do COVID-19, Kelner se sentiu na obrigação de buscar uma nova fonte de renda e, após um ano em busca de conhecimento, encontrou-se no marketing digital, especializando-se em desenvolvimento de infoprodutos e estratégias de compra de mídia. DJ ainda construiu uma empresa que ainda está crescendo, mas já é referência no mercado de produtores de info, a KELNICO, que além de seis prêmios já recebeu o título de Top Seller #1 das principais plataformas de vendas da América Latina, como Kiwify e Monetizze. , faturando mais de 4 milhões de reais em apenas um ano. Confira a entrevista!

Consagrado atualmente, antes de o público saber quem você é e o reconhecer pela sua arte, você passou por muitos caminhos até aqui. Gostaria de começar perguntando sobre como foram os seus primeiros contatos com a música e a partir de qual momento passou a vê-la como profissão?

Em 2015, influenciado pelo lançamento do projeto Jack Ü, formado por Diplo e Skrillex, decidi que eu gostaria de aprender a discotecar e mais, trazer para o Brasil ritmos, até então, pouco explorados como o trap, o grime e o dubstep. Foi neste momento que pensei: “Por que não tocar nos meus próprios eventos?”.  Após alguns meses de dedicação ao estudo e a prática da discotecagem com o Tomás Tróia, produtor e guitarrista da Duda Beat, subi ao palco pela primeira vez e descobri uma paixão: a arte de transmitir a energia do palco para a pista através da música.

Como DJ, você passou por vários eventos no país todo, incluindo projetos de cantora como a Resenha do Mumu e o Numancie, da Ludmilla. Qual considera ter sido o momento mais marcante de sua carreira até o momento?

Com certeza o momento que mais me marcou foi quando eu fui convidado para assumir o palco de um dos maiores réveillons do Brasil, o Amoré, em Maracaípe – PE, no momento da virada de ano de 2022 para 2023, era o principal momento da noite e mais de 4 mil pessoas vibravam em uma energia linda. Comandei a pista antes de nomes como Pedro Sampaio e Bruno Be.

Dilsinho, Zé Neto e Cristiano, Vintage Culture, Xamã, entre outros. Você já dividiu palco com grandes nomes da música e aos poucos foi crescendo cada vez mais. Quais considera serem as suas principais inspirações?

Hoje minhas maiores referências são Alok e Dennis. Acompanho-os diariamente e sempre que consigo tento assisti-los. Cada performance que eles fazem é um curso para nós DJs. Sempre criam tendências à frente do mercado. Seja nas músicas, nos shows em si ou nos conteúdos audiovisuais que entregam nas redes sociais.

Anteriormente atuando na venda de ingressos para eventos no Rio de Janeiro, você logo foi ganhando popularidade como promoter, até que chamou atenção de um produtor que o concedeu um espaço para produzir seu próprio evento. Como foi essa experiência de estar pela primeira vez no controle de tudo?

Ganhar reconhecimento por algo que você vem trabalhando e dando o seu melhor é muito gratificante. Porém, o processo de adaptação de vendedor de ingressos para produtor de eventos foi bem complicado. Na época, sem experiência alguma, qualquer dor de cabeça era uma tempestade no copo d’água. A partir dali minhas responsabilidades aumentaram. Logo no primeiro evento o funcionário do caixa, responsável pela bilheteria, se atrasou e precisei atender durante as primeiras horas todos os clientes que entravam na casa. Mas no final deu tudo certo e foi uma noite memorável.

Quatro meses depois que decidiu treinar como DJ, você se apresentou em seu primeiro evento, o “Battles!” na Fosfobox, sendo que o nervosismo era tanto, que você disse que chegou a ter câimbra. Pode contar um pouco mais de como foi essa apresentação?

Da primeira até a última mixagem, não consegui olhar pra pista de tão nervoso e focado que estava em não errar. Percebi naquele momento a diferença entre praticar com a casa vazia e se apresentar valendo em um evento lotado com todos observando. Na primeira música tive dificuldade até de levantar o volume do canal de tanta câimbra que senti nos meus dedos. Mas no decorrer da apresentação fui ficando cada vez mais a vontade com a energia que o público estava me transmitindo e foi com certeza um dos momentos mais incríveis que já vivi.

Um dos seus projetos autorais que produziu no Brasil foi o “Sigue Bailando”, que é considerado a maior festa de música latina do Brasil, além de outros trabalhos, como foi a turnê do ganhador do Grammy Latino, Maluma. Como foi o nascimento do “Sigue Bailando” e de trabalhar ao lado de Maluma?

O nascimento da Sigue Bailando surgiu após uma viagem realizada para El Salvador em 2015 quando tive o primeiro contato com o reggaeton, gênero musical dançante e envolvente que predominava nas rádios do país. No ano seguinte, decidimos criar o projeto para entender a demanda no Brasil que até então desconhecíamos. O resultado superou nossas expectativas batendo o recorde de vendas do clube Palaphitas em plena quinta feira. Apesar de não ter tido contato direto com o cantor, ter a marca vinculada a turnê foi uma conquista inimaginável.

Durante a chegada da pandemia da COVID-19 em 2020, você foi obrigado a mais uma vez mudar de ramo, se encontrando com o marketing digital e se especializando com o desenvolvimento da infoprodutos. Como considera ter sido esse período e a decisão de investir na internet?

Foi um período conturbado. Antes eu vivia apenas do mercado de entretenimento e inesperadamente meu faturamento zerou. Após quase um ano sem entrar dinheiro, estudei diversos nichos e após ver o crescimento de empresas do ramo de comércio digital, percebi que o comportamento de compra do consumidor mudou. Decidi estudar sobre tráfego pago e me afiliar a produtos na plataforma de vendas até começar a desenvolver meus próprios infoprodutos e criar uma empresa que hoje já possui mais de 6 premiações.

Esse ano, você também realizou um grande marco na sua carreira – tocar na festa da Anitta, que hoje é uma das estrelas pops brasileiras mais respeitadas internacionalmente. Como se deu a oportunidade de se apresentar e o que achou da experiência?

Um dos meus contratantes, Felipe Giraldez, me procurou 5 dias antes do after perguntando se eu gostaria de me apresentar na festa privada da cantora. Não pensei duas vezes, claro que topei. A experiência foi inexplicável, enquanto me apresentava, pude ver a Anitta, Felipe Ret, Lennon, Juliette, Ferrugem, entre outros na pista curtindo meu som… geralmente sou eu quem estou na pista assistindo a performance desses gigantes da cena em cima do palco e nesse dia foi ao contrário.

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