A atriz Isabella Santoni começou a atuar ainda criança, aos 7 anos; mas foi só aos 15 anos, após concluir um curso de verão na Casa das Artes de Laranjeiras, que teve a certeza de que seguiria o caminho da arte em sua vida profissional. Sempre dedicada, começou a fazer trabalhos de modelo para pagar mais algumas aulas de atuação.
Aos 18 anos, ela fez sua estréia na tela grande como Bel no longa-metragem independente “Visceral”, dirigido por Thomas Vannucci. No mesmo ano, participou da websérie “Lindas e Tensas” e ingressou na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) para estudar artes cênicas.
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Depois de conciliar os estudos com a profissão, Isabella foi escalada para o papel principal no episódio “Laura, A Filha Fiel” da segunda temporada da série “As Canalhas” (GNT), dirigida pelo diretor de fotografia Vicente Amorim. Foi então aprovada para um papel que já a levou ao estrelato: a guerreira Karina na novela “Malhação Sonhos” (Globo). A personagem lhe rendeu diversos prêmios, entre eles Atriz Nacional no Prêmio Capricho, Revelação do Ano no Trofé Imprensa e Melhor Atriz Revelação no Melhores do Ano da Globo. Em 2014, participou também da websérie “Curriculum Vitae: Viva os Melhores Anos da Sua Vida”.
O artista trocou papéis principais em produções bem recebidas pelo grande público e pela crítica, e apareceu de forma especial na minissérie “Ligações Perigosas” (Globo), onde interpretou a versão jovem da personagem principal Isabel interpretada por Patrícia Pilar. Santoni estreou profissionalmente nos cinemas e voltou a atuar ao lado de Bruna Hamú, que interpretou a irmã em “Malhação”, estrelou o musical “Cinco Julias” dirigido por Matheus Souza, responsável pelo roteiro de “Confissões de Jovens”. Além da primeira peça, 2016 também trouxe a estreia da atriz no horário nobre, ao interpretar Letícia na segunda fase da novela “A Lei do Amor” (Globo). Na trama, a personagem que superou a leucemia é filha de Cláudie Abreu e Reynaldo Gianecchini.
Durante a pandemia de Covid-19, Isabella participou da websérie “Quarentenados” e lançou sua marca de moda praia “NIA” em dezembro de 2020, após aulas de negócios e mentoria. Com ela, a empresária ressalta a importância da diversidade, não só disponibiliza peças PP XG como também tem mulheres plurais em suas campanhas, até então negras, brancas, amarelas, trans e com vitiligo.
Dividida entre a marca NIA e a carreira de atriz, Isabella, que fala inglês fluentemente, iniciou as aulas de espanhol em 2022. Em meados do mesmo ano, a artista também foi confirmada na quarta temporada de “A División”, do Globoplay. Como se não bastasse, a série “Dom”, que traz Isabella como Viviane, teve o lançamento da segunda temporada anunciado para março de 2023, assim como uma terceira temporada já confirmada. Confira a entrevista!
Com uma rápida pesquisa em sua biografia, foi possível ver que desde pequena seus pais já a apoiavam para o universo artístico, porém, gostaria de perguntar no seu ponto de vista, como foi que a arte chegou até você?
Chegou primeiro pela parte lúdica, pela “brincadeira” que era fazer teatro quando criança e foi me ganhando na adolescência pelas descobertas que me geravam. Com 16 anos, quando começou a pressão da escola para a escolha da profissão, eu pedi pra fazer teatro profissionalmente. Já que era pra escolher uma área que você amava, eu escolhi a Arte.
Logo no início da sua carreira em 2013, o seu primeiro personagem já era a de uma protagonista, a Bel do longa-metragem “Visceral”. Como foi dar o ponta pé justo com uma personagem de tamanho destaque? Interpretar uma protagonista ou um papel secundário realmente faz a diferença na pressão que o ator sente?
Eu trabalho e me entrego da mesma forma sendo a personagem protagonista ou não, isso até hoje, então nesse sentido não tem muita diferença. Fazer protagonista acaba sendo mais fácil para o processo da construção do personagem porque você tem mais dados sobre a vida dele, já tem as relações com os outros e o passado geralmente é explicado. Embora você tenha mais cenas e conflitos a serem estudados. Quando o personagem é secundário, você precisa criar tudo do passado pra aquela vida se tornar real. Sobre a Bel, foi uma loucura. Era a primeira vez, então tudo era muito novo. Eu não tinha a menor noção de como um set funcionava, do tamanho da equipe e de como era uma rotina de filmagens. Foi tudo uma grande descoberta. Acredito muito que, essa personagem, veio me amadurecer para eu conseguir os papéis que consegui em seguida. A Laura da série As Canalhas no GNT, e a Karina em Malhação Sonhos.
Um trabalho que a deu bastante repercussão e que ao mesmo tempo a fez quase desistir da carreira de atriz após várias recusas em testes foi a “Malhação” lá em 2014. Como foram esses processos de seleção e o que ter feito essa novela representa pra você hoje?
O processo de Malhação Sonhos foi diferente das outras temporadas que eu havia sido testada. Tivemos uma pré-seleção e um workshop com os possíveis atores que fariam a temporada, foi uma semana de atividades onde a gente pode ser visto e testado. Essa novela representa um sonho mesmo, não é à toa o nome. Considero como o início de tudo e tenho um carinho enorme por esse período da minha vida.
Ainda sobre essa edição de Malhação, a lutadora de muay thai Karina te deu bastante trabalho, principalmente para o preparo físico de conseguir engordar três quilos para interpretá-la. Uma referência só trecho de Raul Seixas, qual foi a metamorfose mais difícil que teve que fazer para chegar até um personagem?
Não me lembro exatamente desses 3kgs não, mas lembro que me exigiu um preparo físico grande por ter que aprender o Muay Thai. Tive dois meses de preparo intenso com aulas quase que todos dias, era bem cansativo. Sobre todas as personagens, a que me exigiu maior mudança foi a Letícia de A Lei do Amor. Tive que raspar a cabeça e emagreci muito pra fazê-la, cheguei a pesar 44kg. Era uma personagem que tinha uma saúde muito frágil e eu acabei expondo minha própria saúde ao emagrecer tanto assim, tive acompanhamento médico mas hoje enxergo ter sido um exagero da minha parte.
Sobre a Karina, em um mundo retrógrado onde ainda é possível encontrar o machismo até mesmo em alguns esportes, é valioso conseguir se utilizar da sua arte para demonstrar na tela a força que as mulheres podem representar em diversos cenários, como foi o caso das artes marciais?
Sim, a Karina era uma menina muito determinada e não mudou seu sonho por conta do que o pai queria/esperava dela. As personagens são um veículo maravilhoso pra tocar nesses pontos da sociedade, acabam expondo nossos comportamentos e nos fazendo repensar certas atitudes.
O ano de 2016 foi um dos seus anos mais destacados também pela estreia fixa em um horário nobre na Rede Globo, mais precisamente a chegada da Letícia na novela “A Lei do Amor” de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari. Como foi a experiência de estar nessa novela?
Foi um grande desafio, a Letícia foi a personagem mais difícil que já fiz, tinha um universo muito particular e distante do meu. Eu começando e estava ao lado de atores que cresci vendo na televisão, então tinha uma tensão do meu lado muito grande.
Ainda em 2016, você retornou aos palcos interpretando a 5° Júlia na peça “Cinco Júlias”. Sabemos que as técnicas de teatro, cinema e televisão se diferem bastante, foi prazeroso voltar a subir no palco depois de tantas experiências seguidas nas telinhas?
Eu estreei nos palcos com essa peça, foi meu primeiro espetáculo profissional. O que foi uma loucura: fazer teatro depois de fazer televisão e com o público de Malhação acompanhando. Lembro de ficar muuuito nervosa, de pensar em desistir várias vezes. Era uma peça com duas horas de duração, um musical, e eu pela primeira vez nos palcos. Só fui ter prazer em fazer a peça depois de algumas apresentações, o início foi todo muito tenso pra mim.
Em 2018, além da Charlotte de “Orgulho e Paixão”, foi a vez do filme “Missão Cupido” chegar aos cinemas como uma divertidíssima comédia, tendo como colegas de elenco Lucas Salles, Agatha Moreira e Thais Belchior. Como era a relação com elenco e a equipe do projeto?
Foi uma relação muito boa e tranquila. Fiz novos amigos como o Lucas Salles, a Thais Belchior e o Vitor Lamoglia, atores que eu ainda não tinha conhecido pessoalmente. E foi a primeira vez que trabalhei com a Ágatha Moreira como atriz, a gente se conhece há anos, desde a época que éramos modelo. A equipe da Raccord também foi muito atenciosa durante todo o processo. É um projeto que guardo com carinho.
Falando de atualidades agora, vamos falar de “A Divisão”, um dos sucessos revelação da Globoplay e da terceira temporada da série “Dom” na Amazon Prime Video. Como vem sendo conviver com o incontestável sucesso que essas duas produções tem tido e quais são as principais trivialidades que esses trabalhos têm te colocado à prova?
É um prazer enorme fazer parte desses projetos. Os dois pra mim trazem questões muito importantes de serem discutidas: a violência, a corrupção, o racismo estrutural e o uso de drogas. Amo ouvir das pessoas o quanto elas se envolvem e como repensam certas situações de suas vidas.
Os fãs estão ansiosos para a 2° temporada de Dom, que estreia em março. Quem esteve presente na CCXP 2022, teve o privilégio de escutar histórias e novidades do elenco. Para instigar mais a curiosidade, o que podemos esperar na nova temporada e quais os desafios das gravações?
Amei ter participado da CCXP! Além de reencontrar o elenco e equipe, pude sentir a expectativa do público de pertinho. A segunda temporada vem mais intensa que a primeira. A violência, o crime e o uso das drogas se intensifica deixando tudo com mais adrenalina e ainda mais triste e decadente toda a situação. Podem esperar se surpreender com o rumo da história, até eu me surpreendi lendo o roteiro. Existem fatos sobre a vida do Dom que ainda não foram revelados.
Você é diretora criativa da marca de biquínis NIA. Quais os seus desafios e inspirações para o processo de construção da marca?
O desafio maior é dividir meu tempo e organizar a rotina pra me dedicar igualmente à cada área que trabalho. A construção da marca anda junto das inspirações que tenho na minha vida pessoal também, agora no mês da mulher, por exemplo, vamos abordar diversos temas e promover atividades com nossas Mulheres Oceânicas (como são chamadas as clientes da NIA) que são experiências que eu já vivi e acho que vão inspirá-las de alguma forma.
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*Com Regina Soares