O Compromisso de Luiza Brunet pelos Direitos das Mulheres

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Luiza Brunet é reconhecida não apenas por sua extensa carreira como modelo, mas também por seu engajamento em causas sociais, sendo embaixadora de diversas delas, especialmente aquelas relacionadas aos direitos das mulheres. Ela tem sido uma figura pública influente no Brasil ao longo dos anos. No Dia Internacional das Mulheres, Luiza compartilhou conosco suas preocupações, destacando especialmente os números assustadores de feminicídios e o aumento dos índices de violência contra mulheres. Luiza também faz um apelo ao apoio do público em questões relacionadas às mulheres e destaca a importância do suporte de empresas para que adquiram o selo de apoio social do Instituto Nós Por Elas em parceria com a ABNT:

‘’Infelizmente, o que a gente está vendo nas estatísticas que saiu recentemente, a gente viu a pulverização em todos os meios de comunicação importantes, falando justamente sobre o aumento do feminicídio no Brasil. Isso me deixa muito assustada, porque não se investe em políticas públicas como se deveria. Não se alcança uma forma de proteção que seja realmente contundente e transformadora. Isso é uma coisa que realmente me preocupa demais. Quando você vê as estatísticas, representa muito que nós realmente ainda estamos com perigo de vida na sociedade. Por mais que a gente fale sobre o tema, eu viajo pelo Brasil inteiro, pelo mundo inteiro, falando para as mulheres imigrantes também que sofrem duplamente.’’ 

Luiza reconhece que o Brasil tem avançado em medidas para a redução da violência, mas enfatiza que é necessário realizar mais ações. Ela expressa preocupações, especialmente como mãe, ressaltando a necessidade de um comprometimento contínuo para criar um ambiente mais seguro e protegido para as futuras gerações:

”Embora eu tenha essa nítida certeza de que a justiça, de modo geral, tem tido um olhar muito sensível para esse tema do enfrentamento da violência doméstica e para os direitos das mulheres, até implementar isso, até realmente se tornar algo corriqueiro e normal para a sociedade, para as mulheres e meninas, eu acho que o processo vai ser duro e longo ainda. Eu sempre falo que a gente está pavimentando uma estrada sem volta, mas a gente está no início dessa pavimentação. Eu acho que o lugar da mulher não é onde ela quiser ainda, porque eu não me sinto segura quando a minha filha sai de noite e me diz: ‘Mãe, eu vou numa festa, eu vou de Uber.’ Eu fico enlouquecida, eu falo, compartilha comigo e fico ligando para ela o tempo inteiro, se chegou ou não chegou, e fico preocupada realmente porque a gente tem índices de violência, mesmo onde a gente acha que está segura porque está pegando o Uber. Você acredita que você vai ver um serviço de proteção dentro do Uber que ainda não tem e precisaria ter. Se a gente pudesse verificar os transportes, se eles estão conectados com esse selo de responsabilidade social e que têm uma política dentro que a gente sabe: esse ônibus, ele tem uma televisão que grava, ele vai se posicionar, esse trem, esse táxi ou esse Uber, ou seja, o meio de locomoção. Então, isso realmente me assusta muito, porque a gente está sempre à mercê de uma expectativa de melhora e de que o índice caia, e é exatamente ao contrário que vem acontecendo.”

Luiza Brunet – Instagram

Luiza apoia o Instituto Nós Por Elas, originalmente estabelecido para resgatar juízas afegãs que fugiram do Talibã e se refugiaram no Brasil. Atualmente, o instituto ampliou suas atividades, promovendo ações em parceria com empresas comprometidas com os direitos das mulheres. Uma dessas iniciativas é a Certificação de Boas Práticas no Combate à Violência Contra as Mulheres, realizada em conjunto com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas):

Aqui no nosso instituto Nós por Elas, essa promoção do selo de responsabilidade social nas empresas para promover um ambiente saudável para as mulheres, uma ouvidoria da mulher principalmente, porque ela pode estar sofrendo violência doméstica dentro de casa, mas ela pode estar sofrendo violência moral e sexual no trabalho, e se ela falta dois, três dias, ela é mandada embora. Então essas empresas que adquirem esse selo de responsabilidade social, ela vai estar protegendo o maior bem que ela tem, que são as pessoas que trabalham para as empresas. Muitas mudanças, acho que a gente não pode falar só também do mal que assola, mas de projetos isolados que são muito bem recebidos, são respeitados, são fiscalizados e são pessoas que trabalham em prol da promoção do bem-estar da sociedade das mulheres.’’

– Luiza Brunet

Um outro exemplo de como empresas podem apoiar ações sociais é demonstrado pela empresária e ativista Patrícia Diniz, CEO da Luxo Incrível. Sobrevivente da violência doméstica, ela atualmente oferece suporte a mulheres em processo de recomeço por meio do projeto “Por Todas Elas”.

“A minha dolorosa experiência com a violência doméstica e de gênero me leva a crer que a luta por segurança e igualdade está apenas no começo, pois, além da característica machista da sociedade brasileira, vivemos também uma realidade de extrema desigualdade social que afeta diretamente o resultado de qualquer medida judicial com a intenção de proteger a integridade física da mulher agredida. Isso ocorre porque, em muitas situações, a própria necessidade financeira coloca a mulher agredida na humilhante posição de dependente de seu agressor. Quando existem filhos pequenos, a situação piora ainda mais, pois a mulher não pode pensar só por ela, mas também pela prole que precisa ser, no mínimo, alimentada. E é por isso que a minha dedicação ao projeto Por Todas Elas é tão focada em oferecer à mulher vítima de violência doméstica a oportunidade de reinserção ao mercado de trabalho, cursos de capacitação e suporte psicológico. Não há como a mulher ou qualquer outro gênero que sofra a opressão física e psicológica se libertar, evoluir, progredir, crescer sem a oportunidade de voltar a trabalhar com a devida remuneração. É essencial que, junto com as medidas judiciais que combatam a violência contra o gênero, também seja oferecida capacitação profissional para alcançar a tão sonhada liberdade e autonomia na condução de suas vidas.”

Jodeily de Aquino, também sobrevivente de violência doméstica, viveu em primeira mão a dificuldade de reinserção no mercado de trabalho, chegando a morar na rua para escapar das agressões. Hoje, ela tem um projeto de lei ‘’Preciosa’’, que busca apoiar mulheres financeiramente vulneráveis em sua transição para retornar ao mercado de trabalho:

‘’Tudo começou quando eu morei na rua, eu tive que morar na rua por causa da situação que eu me encontrei, fugindo do meu ex-marido. Tentei arranjar um emprego em São Paulo (morava em São Vicente), aí a mulher não me aceitou, quando eu saí do prédio passou um rapaz e levou minha bolsa, eu fiquei morando seis meses na rua. Nesse tempo que eu estava na rua, comecei a observar as mulheres, mulheres que moravam na rua, mulheres em situação difícil e eu comecei a observar as idades e a conversar com elas. Todas elas maior idade, todas! Não foi assim tipo 98%, não! Todas! E todas elas foram abandonadas pelo marido, pelo ex-marido. Daí eu voltei para a civilização, para a casa da minha filha e fui fazer teologia. Comecei um longo aprimoramento, vamos dizer assim, sobre esse assunto. E aí, eu visitei presídio, visitei igreja, claro, porque eu sou cristã, e comecei a conversar com várias mulheres de várias idades. E essa realidade, pude constatar que essa realidade é uma realidade mais verdadeira do que a gente imagina. A mulher, ela sai de dona de casa, de rainha do lar, de mãe de vários filhos, ou de um ou dois. Quando o marido tem de 50 para mais, ele vira a cabeça, ele enlouquece, ele vai atrás de uma mulher mais nova. Quando essa mulher dele estava em casa, ele estava procurando outra, aí ele acha outra e vai embora. Às vezes ele não bate na mulher, ele não faz nada com ela, ele só vai embora. Ele se ausenta de um lar, por causa de uma situação nova que ele encontrou. Essa mulher fica numa situação muito difícil, se ele pagava aluguel, ele já não vai mais pagar aluguel. Se ele tinha uma casa, ele vende rapidamente da metade, ou às vezes não dá nada para ela e sai. A situação que ela fica, ela fica depressiva, até então essa mulher não tinha estudo, ela não consegue um trabalho decente, ela não tem como se manter. Psicologicamente ela está afetada, economicamente ela está afetada e socialmente ela está afetada.

Com a lei preciosa ela vai ter uma ajuda psicológica, ela vai ter acesso mais fácil a postos de saúde e se tiver que pegar remédio, poderá passar por um psicólogo.’’

Encerrando este artigo, podemos refletir sobre a urgência de transformações sociais para garantir a segurança e igualdade das mulheres. Ao apoiarmos projetos sociais individualmente e, igualmente, destacando a importância do envolvimento de empresas, estamos contribuindo ativamente para uma sociedade mais justa e inclusiva. O engajamento coletivo, aliado a iniciativas governamentais, empresariais e sociais, é crucial para criar um ambiente onde todas as mulheres possam viver com dignidade, respeito e plena autonomia. Que essas ações inspirem e catalisem mudanças significativas em direção a um futuro mais igualitário e seguro para todas.

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