Angelina Jolie faz desabafo sobre redes sociais.A estrela abre o jogo e conta o que ela acha das redes sociais, o assédio constante e as inúmeras especulações sobre sua vida privada .Angelina Jolie vive pela primeira vez na carreira uma artista no filme Maria Callas, a lenda da ópera Maria Callas. A cantora transformou a música mundial mas te e uma vida marcada pela tristeza. Por coincidência a diva musical também viveu um cerco constante da imprensa e rumores sobre sua vida amorosa com o magnata Aristóteles Onassis e a sua carreira. A produção chega aos cinemas brasileiros dia 16 deste mes.
Angelina Jolie fez a revelação durante um bate-papo com membros da indústria de Hollywood em Los Angeles, depois da exibição recente do filme Maria Callas. O Observatório dos Famosos esteve presente.
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Há poucos dias a atriz Angelina Jolie recebeu $80 milhões de dólares com o fim na justiça do processo de divórcio do ator Brad Pitt. Os dois estiveram casados durante dois anos, entre 2014 e 2016. A briga nos tribunais durou 8 anos.
Estrela conta que chegou a perder o gosto pela profissão por causa do assédio constante, pessoalmente e nas redes sociais
“A profissão tem essa parte que realmente atrapalha, que é esse negócio de celebridade e outras coisas que realmente fazem você não viver plenamente aberta com outros artistas. Acho que houve um tempo na minha vida em que até me afastei de dizer que era uma artista porque sou muito reservada, na verdade. E eu sentia que havia algo nesse mundo que eu não gostava. O trabalho neste filme me trouxe de volta o amor de ser artista. Estou meio que me reintegrando à nossa comunidade e me sentindo tão grata por fazer parte disso. Sabe, eu amo estar aqui esta noite. E eu amo ser artista”, desabafou a estrela.
Angelina Jolie canta no filme? A atriz responde
“É um momento tão maravilhoso na sua vida quando há algo que você não tem certeza se consegue fazer e tem a sorte de realizar um bom trabalho. Você fica aterrorizada e isto faz parte de ser uma artista. Nós meio que vivemos isso um pouco no nosso trabalho.
E eu não sabia se conseguiria fazer isso e estava muito assustada. Mas eu tinha pessoas extraordinárias ao meu redor, me apoiando e acreditando em mim.
Tive professores incríveis. E eu meio que fui para a escola por 7 meses sólidos antes de começarmos as filmagens. Através da música aprendi muito sobre ela.Aprendi muito sobre a Maria Calla. Cantar foi algo que eu nunca pensei que faria na minha vida “, revela a estrela.
Ouvimos as vozes de Maria Callas e de Angelina Jolie no filme. O diretor explica como realizou este processo.
“Ela (a atriz) canta 6 vezes na câmera e isso não é como escolher uma música dos Beatles ou qualquer coisa que você goste e ache que pode cantar. Isso não é música pop, é ópera, você não pode trapacear, tem que ser capaz de seguir a estrutura da melodia, que é muito difícil.
Então, ela treinou quase 1 mês e meio para cada música. Ela tinha um fone de ouvido conectado. Ela podia ouvir a voz da Maria Callas, mas não havia outro som naquele além da sua voz.
Ela estava cantando na nossa frente. Às vezes havia 50 pessoas, às vezes havia 500, dependendo da situação. Então, ela estava cantando sozinha e nós estávamos capturando aquele som com vários microfones. Não apenas a voz dela, mas todo som, como a sua respiração por exemplo, porque não havia IA ou qualquer coisa. Ela tinha que fazer isso para tornar tudo crível.
E então, na mixagem, nós apenas misturamos a voz de Maria Callas com a voz de Angie. É por isso que você sente que ela está realmente cantando, porque ela está cantando. Não havia outra maneira e isso requer muita disciplina. E ela conseguiu e eu estava lá” explica o cineasta.
Maria Callas continua sendo uma mulher misteriosa
Angelina Jolie conta que a cantora sigue sendo uma personagem que ainda guarda muitas incógnitas, apesar de todo o trabalho publicado sobre ela.
“Há tanto sobre ela que você não conhece. E, claro, ninguém pode ser realmente conhecido e, porque alguém é tão público, todos acham que a conhecem. Eu acho que descobri quem ela era como cantora de ópera, pois sua música diz muito sobre quem ela é e isso é ela. Ela é uma mulher que cresceu sem o amor da mãe. E ela estava sempre trabalhando muito, sempre buscando algo dentro dessas peças musicais, tentando se conectar e comunicar algo. Porque eu acho que ela estava sentindo falta de algo. Isso é o que eu sei sobre ela”, observa a atriz.
Por que o cineasta escolher contar esta história? O diretor explica.
“Eu cresci indo à ópera com minha mãe e Maria Callas era alguém que sempre admiramos. E eu acho que há algo muito bonito em sua vida, em sua música, que realmente mudou minha percepção da arte, e eu acho que ela é uma mulher que é meio indescritível. Isso me fez pensar que havia um belo filme ali. Eu acho que li cerca de nove biografias, assisti a documentários. Tenho ouvido sua música durante 40 anos. Eu vi praticamente tudo, mas quando fizemos este filme, acredite, eu não tinha ideia de quem ela era”, diz o cineasta Pablo Larraín.
O filme não é uma biografia. O cineasta explica a escolha de se concentrar apenas nos últimos dias da cantora.
“Eu não acho que uma biografia seja possível, acho que é uma fantasia cultural. Ninguém pode dizer que um filme é sobre alguém.
Eu acho que o que fizemos foi encontrar um momento da vida dela que, na nossa fábula, é a história de alguém que dedicou sua vida aos outros, a um homem, a um relacionamento, a uma família, eventualmente à amizade e emocionalmente a um público, e agora decide fazer o que está fazendo, mas para si mesma.
É muito bonito porque se trata da voz. É sobre a voz e cantar para si mesma.
E há algo também que está relacionado. Maria Callas interpretou muitas óperas ao longo de sua vida. Uma delas, que ela canta repetidamente, é Tosca. A personagem principal é Floria Tosca, uma cantora de ópera.
Eu gosto de chamá-la de uma tragédia que celebra sua vida”, explica Pablo Larraín.
Quem foi Maria Callas?
Filha de gregos, a cantora nasceu em Nova Iorque, nos Estados Unidos. O nome de nascida era Maria Anna Cecilia Sofia Kalogeropoulou. Mais tarde o pai George, dono de uma farmácia mudou o sobrenome primeiro para Kalos e depois para Callas para facilitar a adaptação no novo país.
O pai era mulherengo e sem ambição. A mãe, Litsa, gostava do convívio social e das artes.
Antes da mudança para o novo continente, o casal teve uma filha Jackie e um menino que morreu de meningite, Vassilis.
De início a mãe ficou desapontada porque queria ter um menino.
A pequena Maria começou a mostrar talento para a música quando ela tinha 3 anos de idade.A mãe então começou a incentivar a filha a cantar.
Cansada das traições do marido, a mãe voltou para a Grécia com as duas filhas, ainda pequenas.Maria também não tinha um bom relacinamento com a mãe. Ela odiava o fato de ser obrigada a cantar, coisa que ela também detestava.
A irmã mais velha era bonita e magra. Maria era gorda e considerada feia.Ela acreditava que a mãe gostava mais da irmã.
A cantora fez a estreia professional aos 18 anos.Ao falecer com 53 anos em Paris, em 1977, ela havia se tornado uma lenda da ópera mundial.
A vida pessoal também foi conturbada. Ela se divorciou depois de 10 anos casada com um empresario Italiano.Ainda casada, ela conheceu o magnata grego Aristóteles Onassis. Os dois ficaram juntos por nove anos, mas nunca se casaram. Com o fim da relação, em 1968, o empresario se casou com a viúva do president americano John Kennedy, Jackie. O Casamento durou até a morte de Onassis em 1975.
O filme mostra uma visita de Maria Callas para se despedir de Onassis no hospital.Na ocasião, ele teria confessado ser ela o amor da sua vida.
Qual a trama do filme Maria Callas?
O filme mostra os últimos 7 dias da vida da cantora.Morando emu ma casa em Paris, ela faz uma reflexão sobre a sua vida e a carreira.
Aos 32 anos a cantora passou por uma mudança dramática, ao emagrecer 32 quilos. Ela explicou que a perda de peso foi resultado de uma dieta de baixa caloria com saladas e frango.
A cantora explicou que precisava perder peso para se tornar tão bonita quanto as canções que ela interpretava.Mas os críticos sugeriram que a perda de peso afetou de forma negativa a voz da cantora, que começou a perder a qualidade de antes.
O filme mostra as idas da cantora a um Teatro francês para ensaiar sózinha com um pianista.
Quem dirige o filme?
O filme é dirigido pelo chileno Pablo Larraín. Aos 48 anos, ele tem no currículo as produções Neruda, além de Jackie, Spencer e O Conde.
Diretor conta que Maria Callas morreu sem saber da importância que teve para a cultura mundial
“Acho que alguns artistas sabem da importância do que estão fazendo e conhecem o peso e a extensão do trabalho. Acho que Maria Callas não sabia disso quando faleceu. Não acho que ela algum dia pensou que um filme como este seria feito, 45 anos depois. Que seria distribuído pela maior empresa de cinema do mundo. Que colocaria seu filme em todas as telas. Vamos lançar um disco agora com este filme, que vai trazer a música de Maria Callas de volta agora, depois de tantos anos. Acho que ela nunca pensou nisso tudo.É uma história triste, mas ao mesmo tempo é tão esclarecedor que ela estava lá pelo trabalho e há algo muito bonito nisso”, observa o cineasta chileno.
Jânio C.V.Nazareth mora em Los Angeles. O jornalista vota na escolha dos ganhadores do Globo de Ouro.