Rita Lee morreu na noite da última segunda-feira, aos 75 anos, e, em sua autobiografia, “Rita Lee: Uma Autobiografia”, da Editora Globo, falou sobre como imaginava que o mundo lidaria com sua morte.
A artista contou já ter escolhido qual a frase que gostaria que estivesse em seu epitáfio: “Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.”
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Na obra, discorreu sobre as reações ao anúncio de sua partida.
“Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta”, escreveu. “Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída.”
No livro, Rita ainda falou sobre a reação daqueles que a amam. “Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão ‘Ovelha Negra’, as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair.”
“Nas redes virtuais, alguns dirão: ‘Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk’. Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los. Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: ‘Thank you Lord, finally sedated’ (‘Obrigada, Deus, finalmente sedada’, em tradução livre para o português).”
Não podemos negar que Rita Lee, que nos deixou, foi sem dúvida uma das maiores cantores com atitude na música popular brasileira.
Além de ser talentosa, era coerente e divertida. Em um capítulo de seu livro, Rita fala de como seria a sua relação com as pessoas após o seu falecimento. O trecho diz o seguinte:
“Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída. Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão “Ovelha negra”, as tvs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair. Nas redes virtuais, alguns dirão: “Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk”. Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los. Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: ‘Thank you Lord, finally sedated’”, escreveu Rita, que deixa muitas saudades.