Não é novidade que as palavras “prostituição” e “famosos” sempre caminharam lado a lado desde os tempos áureos do cinema nos Estados Unidos nos anos 50.
O diretor Ryan Murphy chegou a apresentar, baseado em fatos reais, a história de aspirantes à fama e sucesso que se prostituíam em um posto de gasolina nas proximidades dos estúdios, com o objetivo de fazerem network com famosos, diretores e produtores de cinema nos tempos áureos de Hollywood. A série “Hollywood”da Netflix mostra com clareza, essa relação emblemática.
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No Brasil, a coisa não poderia ser diferente, há relatos de casos nos anos 50 e 60 de atores e atrizes que tentaram tornar a vida mais tranquila, usando o famoso “teste do sofá” para dar passos maiores na carreira seja no teatro, cinema e televisão. Nos anos 70, pós ditadura militar e com a chegada da pornochanchada existem relatos de atores e atrizes que chegaram a aproveitar a popularidade de seus filmes para fazer programas sexuais com milionários e figuras influentes na época, o mesmo acontecia com modelos que tinham bookers especializados em books rosa e azul e que popularizou o assunto, após a exibição da série “Verdades Secretas”escrita por Walcyr Carrasco e exibida na TV Globo.
Na indústria musical há relatos de grandes estrelas que para atingir o sucesso se relacionaram com profissionais de gravadoras e algumas chegaram até a se casar com grandes figurões desse mercado, após prestar serviços sexuais.
Que seja claro, se prostituir não é crime no Brasil, mas agenciar esse tipo de atividade, sim.
No começo dos anos 2000, a operação Afrodite da Polícia Federal prendeu agentes e assessores de famosos que intermediavam encontros entre as beldades e seus clientes recebendo comissionamento sobre os programas sexuais, que geraram um bom valor financeiro.
A “Operacão Afrodite”desvendou a teia de prostituição e famosos e se tornou um marco na luta contra o tráfico de pessoas para fins de exploração sexual no Brasil e que revelou uma complexa rede de prostituição de luxo, envolvendo figuras famosos, empresários e políticos
A investigação revelou que a rede de prostituição era composta por diversos “bookers”, responsáveis por agenciar as prostitutas e negociar os preços dos serviços. Entre os clientes, figuravam nomes conhecidos do mundo da mídia, do esporte e da política.
A rede operava de forma discreta e sofisticada. As prostitutas eram recrutadas através de sites e aplicativos de relacionamento, e os encontros com os clientes eram agendados em locais reservados, como hotéis de luxo e apartamentos de alto padrão.
Segundo matéria do jornal Folha de São Paulo, em dezembro de 2006, a Polícia Federal prendeu pessoas acusadas no tráfico de mulheres (famosas) e foram expedidos sete mandados de prisão, que envolvia tráfico no Brasil e no exterior, com valores que chegavam a US$ 3 mil (cerca de 15 mil reais) por programa sexual. Os presos responderam por crimes como formação de quadrilha, rufianismo (tirar proveito da prostituição alheia) e tráfico internacional e interestadual de mulheres. As penas variam de um a oito anos de prisão.
A Operação Afrodite resultou na prisão de diversos envolvidos, incluindo bookers, agentes, assessores, prostitutas e clientes. Durante a investigação, foram apreendidos documentos, dinheiro e outros materiais que comprovam a atividade criminosa.
A Operação Afrodite teve um impacto significativo na sociedade brasileira. A investigação sensibilizou a população para a questão do tráfico de pessoas para fins de exploração sexual e contribuiu para o combate a essa prática criminosa que viola os direitos humanos, além de gerar consequências sociais.