São horas atrás do volante, dias fora de casa e metas a cumprir. Saudade da família e os perigos nas estradas fazem parte da rotina diária dos motoristas de caminhões. Ter a oportunidade de conhecer vários lugares é um dos atrativos da profissão, mas é preciso lidar com o medo devido aos perigos nas estradas e o risco de assaltos. Apesar da falta de reconhecimento da importância da profissão, sabemos que são os caminhoneiros que movem a economia do país. É pensando nisso que Luan Santana participa neste final de semana de um clipe em homenagem a esses heróis do asfalto, em São José do Rio Preto (SP), sob direção e concepção de Bruno Vaz. O cantor foi escolhido pela Facchini (uma das maiores da América Latina da linha de carrocerias), para ser o garoto propaganda da marca.
Em cena, com roteiro de Daniel Mazzochi, o vídeo vai contar a história de três personagens distintos, que se encontram na estrada e vão mostrar os desafios diários de um caminhoneiro, a superação de um empresário que reaprendeu o sentido da vida após um acidente na rodovia, e um artista que passa a maior parte do tempo na estrada, levando entretenimento a todo o país.A primeira história a ser contada é de Maurício Roberto de Almeida, conhecido como Maurição, o caminhoneiro que praticamente nasceu na boleia do caminhão:
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“Meu pai sempre foi caminhoneiro, a estrada sempre foi nossa vida. Sabe aquela paixão que passa de pai pra filho? Pois é… Toda criança sempre tem um caminhãozinho a tiracolo, já eu sempre tive um caminhãozão parado na garagem. Na verdade, é mentira falar que aquele bichão ficava parado. Foram incontáveis as despedidas, escutando o ronco do motor e a buzina. ‘Lá se vai meu pai pra mais uma jornada’. A mim, restava esperar, com a esperança de que tudo ia ficar bem e já já ele estaria de volta. Por sorte, eu fui crescendo e parei de esperar. Comecei a viajar com ele. Conheci tribo indígena, cidades que nem existiam no mapa!! E aí não teve jeito. Também virei caminhoneiro (pra desespero da minha mãe). Mas tá no sangue. Não tinha como ser diferente”, relata.
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O clipe traz no enredo Marcelo Facchini, um dos diretores da empresa da família Facchini, que atua com implementos rodoviários e é líder de mercado na linha leve. Foi através do sonho do avô, há 70 anos, que tudo começou. A Facchini nasceu como uma pequena oficina e se transformou na líder de mercado, tendo hoje dez fábricas no Brasil e distribuidores espalhados por todo o mundo. Mas não é só no sucesso dos negócios da Facchini que Marcelo se baseia.
É muito mais. É em seu renascimento: “Em 2009 eu vi meu mundo ruir. O perigo das estradas chegou até mim. Sofri um acidente a caminho da fábrica e tive que reaprender a viver. Sobrou muito pouco do meu carro e também de mim. Com múltiplas fraturas e um traumatismo craniano, eu entrei em coma ali mesmo na estrada. Mas foi na dor que eu encontrei a fé e a perseverança. Mesmo com sequelas, eu descobri que precisava sair daquele abismo. Que eu precisava reaprender a viver. E foi o que eu fiz. Em vez de ceder à depressão e aos questionamentos dos porquês aquilo havia acontecido comigo, eu me reergui e voltei a fazer o que sempre me fez feliz: estar à frente daquela fábrica. Trabalhar para entregar sempre os melhores e mais seguros produtos para aqueles que vivem nas estradas, para aqueles que correm o risco que eu corri diariamente, para os nossos heróis da estrada”, afirma Marcelo Facchini.
Trazendo referências da música e mostrando toda a correria de um artista nas estradas, Luan Santana finaliza a sinopse contando a sua própria biografia. Com 10 anos de carreira e já tendo se apresentado em diversos lugares do país, inclusive pelo projeto “Live Móvel”, show itinerante onde ele aparecia de surpresa, de dentro de um caminhão que lhe servia de palco, Luan passou por locais como Estrela do Indaiá (em Minas Gerais), Povoado Assentamento Olho D”água do Meio (Alagoas), na capital do estado, Maceió, e por São Paulo. Luan se fez presente na diversidade de um Brasil que ouve todos os ritmos e habita cenários tão distintos, do sertão alagoano ao grande centro urbano de São Paulo. E é sob esse contexto que ele grava o clipe em homenagem aos caminhoneiros.
“Como já dizia a canção: o artista vai onde o povo está. E foi isso que eu fiz. Toquei em cada cantinho desse Brasilzão, levando a arte para o nosso povo. Essa saudade de casa, que bate forte no peito, me fez valorizar ainda mais aqueles que têm sua rotina sobre as rodas. E é por isso que eu quero fazer essa homenagem. Nesta pandemia, ficou latente a importância vital dos caminhoneiros na nossa economia e na vida de cada um de nós. Sem eles tudo para”, finaliza Luan Santana, que assina a composição em homenagem aos profissionais. Em tempo: Marcelo Facchini recebeu, ontem (24/11), o Prêmio Maiores e Melhores do Segmento Automotivo, concedido pela Revista Exame.