Segundo postado na página de fãs do Facebook, ‘Queen Online Brasil’, a apresentação da banda no Live Aid foi marcante não só para os fãs. Mas também para Jim Hutton, como ele descreve em alguns trechos de seu livro, Mercury and Me (escrito em coautoria com Tim Wapshott).
“Sábado, 13 de julho de 1985, foi um dia quente e sufocante – marcado para ser um dia muito especial para Freddie e eu. Depois de terminar o trabalho no Savoy, fui para a casa dele. O lugar estava agitado. Freddie estava em clima de festa. Todo mundo estava absorvido assistindo o Live Aid pela televisão. Por volta das quatro da tarde, Freddie virou-se para mim e perguntou:
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‘Então, você não vai se arrumar?’ Eu ainda estava de terno, direto do trabalho. ‘Para quê?’, Perguntei. ‘Vamos ao Live Aid!’, Ele gritou, e meu queixo caiu no chão. Eu nunca tinha ido a um show antes, um fato que Freddie não sabia. “Não tenho nada para vestir”, gaguejei. ‘Você não precisa de nada’, respondeu ele. ‘Coloque seu jeans e há camisetas no guarda-roupa. Fique a vontade.’Fomos para Wembley no banco de trás de uma da frota de limusines pretas. Eu estava a caminho de ver o Queen se apresentar ao vivo pela primeira vez. Chegamos a Wembley cerca de uma hora antes. O recinto especial estava inundado pelos maiores artistas de rock do país. Eu estava ansioso. Cada membro da banda tinha seu próprio trailer-camarim e as três esposas estavam lá – Chrissy May, Dominique Taylor e Veronica Deacon, assim como os filhos de May e Taylor.
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Estar nos bastidores de Wembley naquele dia foi incrível: a atmosfera era elétrica. Freddie conhecia todo mundo: Paul McCartney, Status Quo, Sting, U2, Dire Straits. Quando encontramos Elton John, fui apresentado por Freddie como ‘My new man’. Phil Collins apareceu e pediu o autógrafo de Freddie. ‘Para você?’, Perguntou Freddie Mercury. ‘Não”, disse Phil. ‘É para os meus filhos.’ Freddie riu e assinou.
Ele foi se arrumar. Queen entraria depois de David Bowie (sic) que estava no palco no momento. Freddie Mercury entraria com o que ele estava vestindo – jeans, camiseta branca, seu amuleto cravejado e cinto. Quando chegou a hora do Queen entrar, eu fui com Freddie até o palco e, assistindo dos bastidores, testemunhei os vinte minutos mais mágicos da minha vida.”
“Finalmente eu vi o verdadeiro Freddie Mercury em ação, levando setenta mil pessoas a um frenesi. Ele deu tudo de si em sua performance; nada mais importava para ele. Quando ele saiu, ele correu para o trailer e eu fui atrás cambaleando como um cachorrinho. Suas primeiras palavras foram: “Graças a Deus que acabou!” Joe (Fanelli) arrancou suas roupas molhadas e o vestiu. Com a adrenalina ainda transbordando, Freddie tomou uma grande dose de vodka para se acalmar. Então seu rosto se iluminou. A expressão dizia: “Sim, nós conseguimos!” Quando saímos do trailer, encontramos um Elton John sorridente. “Seus bastardos!”, ele disse à Freddie. “Vocês roubaram o show!” Então eles se abraçaram. Todos nos bastidores estavam se dirigindo para Freddie, Brian, Roger e John. Ficamos até o final do show e conhecemos George Michael, mas nos esquivamos da festa pós-show para comemorar em casa, e assistir ao final americano desse incrível show pela televisão.”