A atriz Camila Pitanga, voltou a falar sobre o assunto que mexeu com a sua vida, a morte do amigo Domingos Montagner. Ela quebrou o silêncio em uma entrevista para a revista Marie Claire e afirmou que ainda está tendo que lidar com a dor.
Domingos morreu afogado enquanto nadava com Camila no rio São Franscico, durante uma pausa nas gravações da novela ‘Velho Chico’ em 2016. “Lido com essa dor até hoje, mas o tempo é guardião, no sentido de você amadurecer e respeitar essa dimensão do mistério que é a vida”, declarou a famosa, que tentou salvar o amigo.
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Camila ainda se recorda do dia do acidente: “[…] A praia era muito tranquila. Não tinha marola ou nada que ensejasse ter algum perigo. Tanto que a gente mergulhou e estava tudo bem. Quando nadamos em direção ao grande leito do rio, percebi, numas pedras, uma marolinha. Mas minha preocupação era com as pedras e falei: ‘Domingos, acho melhor voltar’, porque fiquei com medo de a gente se machucar. No que a gente tentou voltar, a gente nadava, mas não conseguia sair do lugar“.
Continuou: “Tive um momento de medo, mas disse: ‘Calma, Camila’, porque eu tinha uma noção de que tinha uma lateral toda de pedra. Ao invés de tentar lutar contra a correnteza, nadei para o lado, em direção às pedras, e falei: ‘Vem pra cá, é tranquilo’. Mas o Domingos me olhava e não falava nada. Fui até ele, o puxei, porque eu estava despreocupada, e disse: ‘Tô te falando. É só vir pra cá’, e voltei à pedra“.
“Duas vezes tentei buscá-lo, mostrando que não tinha perigo, mas ele dizia que não conseguia. Na verdade, ele falou muito pouco. Na última vez que eu voltei à pedra, Domingos olhou muito grave, com um misto de… E ali eu entendi o perigo. Ele submergiu uma vez. Voltou. Não foi uma coisa desesperada. Ele fez um gesto assim de como quem diz: ‘não vai dar’, e não falou mais. Submergiu… E eu não o vi mais.”
Por fim, Camila ainda falou como fez para seguir em frente: “Após o acidente, fiquei dois dias em casa, com a minha família, meus amigos todos me cuidando, com muita solidariedade. Recebi muitas manifestações de carinho do Brasil inteiro. Andava na rua e tinha gente que caminhava na minha direção e me dava um abraço. Entendi que terminar as gravações da novela era uma forma de fortalecimento. Faço terapia desde os 19 anos, e mantive num processo continuado. São etapas em que você revive a situação. Contar é reviver.”