Amauri Soares, que é atual diretor dos Estúdios Globo, abriu o jogo acerca da onda de demissões que ocorreram no canal ao longo dos últimos anos – impulsionado pela pandemia da Covid-19, além da nova política de contrato por obra.
Em entrevista à revista Veja, o chefão da Platinada fez um balanço acerca do assunto, e discordou de que o resultado do rompimento de contratos exclusivos tenham resultado numa perda do ‘padrão de qualidade’ – termo estabelecido nos anos 1970 pelo ex-diretor, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.
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“Não concordo. Até cinco, seis anos atrás, os talentos tinham contratos exclusivos e de longo prazo. Numa novela, 90% eram atores escalados nesses moldes e 10%, por obra. Isso mudou e foi um ganho, já que assim temos mais flexibilidade, abrindo o leque e oferecendo maior diversidade”, explicou Amauri Soares, que ainda foi sincero sobre sua percepção em torno da possibilidade do fim da TV aberta, em meio ao crescimento notório do consumo do streaming e das redes sociais.
“A realidade comprova que não é verdade. O próprio mercado publicitário é um bom termômetro — as marcas seguem na busca da comunicação de massa e do conteúdo profissional, que passa por curadoria”, disse o chefão da Globo. “Em paralelo, observamos a alta repercussão de programas exibidos exclusivamente na TV aberta, como jogos de futebol, novelas e realities. Nesse campo, o Brasil espelha o que se vê mundo afora”, pontuou ele.
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