Kéfera publicou um vídeo em seu canal no YouTube nesta segunda-feira (04) em que fala sobre a sua transição capilar. A influencer descreveu sua infância com cabelo cacheado ou crespo e disse que foi difícil não ser aceita por não ter um cabelo liso. O vídeo, no entanto, não agradou Samara Felippo, que disse que a youtuber por não fala sobre racismo atrelado ao processo.
Em vídeo, Samara disse: “A Kéfera fala sobre o que ela passou com o cabelo rebelde e bagunçado na escola, o bullying que ela sofreu. Mas o que ela não fala é o porquê que esse cabelo bagunçado é tão rejeitado. Por que que quando ela começou a postar os vídeos com o cabelo natural dela, ela foi tão criticada? Porque existe no nosso país o racismo estrutural, gravíssimo, fortíssimo. Então o cabelo liso é o cabelo bonito, é o cabelo padrão”.
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Em uma rede social Kéfera rebatou a atriz. “Hoje vi os stories da Samara Felippo falando sobre o que eu não falo no vídeo sobre transição capilar e vi um vídeo das meninas do Papo de Preta que também falavam sobre o que eu não falei (…) Eu já falei com as meninas do Papo de Preta e chamei elas para gravar um vídeo comigo porque no vídeo sobre transição eu não falo que a grande base do preconceito com o cabelo cacheado e crespo é o racismo. Por que eu não falo? Eu acho que eu seria muito hipócrita, como branca, tendo os privilégios que a gente sabe que o branco tem, estando dentro do padrão, começar a erguer a bandeira do racismo, que é uma coisa que eu não sofro”, disse.
A influcer continuou o desabafo deixando claro que é contra o racismo. “Eu sou contra o racismo. Eu como branca não vou me apropriar de um discurso que não é meu. Eu não sofro racismo. Obviamente, eu repudio o racismo. Não tinha que existir. Mas é fácil eu como branca falar ‘o racismo não tinha que existir’, entende? O que eu, como branca, puder fazer para ajudar, eu vou fazer. Só que seria muita hipocrisia da minha parte se eu como branca começasse a falar super sobre racismo. Não que nao seja um assunto que não tem que ser falado. Isso tem que ser falado principalmente pelas negras. A gente tem que dar apoio a essas mulheres. Eu não posso me apropriar de um discurso que não é meu. Por isso pedi ajuda a vocês (seguidores) para me indicarem blogueiras e youtubers que não estão dentro do padrão para elas terem o destaque que têm que ter. Meu lugar de fala é diferente do de uma mulher negra. Isso não me pertence. Eu não posso falar sobre isso”, concluiu.