Sorrisos, destaque para pautas importantes e preparativos de novidades para a carreira musical em 2023. Thais Dayane da Silva, a MC Tha, garantiu novos lançamentos para os próximos meses, incluindo uma parceria de peso que fará parte do segundo disco, o sucessor do aclamado Rito de Passá (2019).
Do ano passado pra cá, a artista paulista, de 29 anos, lançou o EP Meu Santo É Forte, e em fevereiro, veio com o single ‘Coisas Bonitas’, em parceria com MahalPita. Em entrevista exclusiva ao Observatório dos Famosos, ela refletiu sobre o período em que se manteve afastada da música durante a pandemia da COVID-19, e como pretende explorar novas sonoridades para o seu novo projeto.
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Além disto, MC Tha também abriu o coração sobre como enxerga a luta constante e necessária em combate ao preconceito e o racismo religioso presente além da carreira artística. Focada na carreira, a cantora ainda confessou que sonha em emplacar uma parceria com Maria Bethânia. Confira o bate-papo na íntegra, abaixo:
Entrevista com MC Tha
Sobre o seu mais recente lançamento, ‘Coisas Bonitas’, o que você procura trazer através desse trabalho?
“Eu acho que eu estou num momento de transição de várias coisas. ‘Coisas Bonitas’ não é uma música que eu planejava lançar, o Mahal que produziu e me mostrou, que era pra um trabalho pessoal dele, e tinha feito e me mostrou a instrumental, e na hora que eu ouvi, eu tomei e me identifiquei mesmo. Traz um balanço, uma potência pro meu trabalho, de explorar outras sonoridades.”
O Rito de Passá foi um verdadeiro divisor de águas na sua carreira. Através dele, você trouxe outras sonoridades além do funk, que é o estilo que se faz presente na sua trajetória desde o início. O que podemos esperar do sucessor?
“Tem a ver com o segundo álbum. Eu já tenho a ideia do segundo álbum desde a pandemia, tenho um processo de compor que é bem intuitivo, vou deixando as coisas indo. Tem várias músicas nesse sentido. ‘Coisas Bonitas’ faz parte dessa minha nova fase. Meu segundo álbum, estou entendendo cada vez mais, tem de me auto elogiar, me colocar num lugar de mulher sagrada, uma mulher guerreira que vai à luta, e acho que o amor está muito dentro disso, da capacidade de ser amor e também ser amada. A gente quer muito amar as outras pessoas, mas nem sempre consegue receber o amor de volta, o amor é um sentimento que vai estar presente nas próximas músicas.”
De 2019 pra cá, foi perceptível a nova forma de consumo do público com trabalhos musicais. Você já cogitou mudar sua maneira de produção para se encaixar neste novo ‘padrão’?
“Eu acho que já entendi há muito tempo que essa movimentação de seguir as ondas não faz bem pra mim. No meu trabalho, eu prezo muito pelo meu conforto, é metade e metade. Tenho que andar até um certo ponto, para que eu consiga acompanhar o mercado e não ficar perdido. Principalmente para corpos como o meu, amanhã surge outra e aí vindo… Acredito que o meu forte está em respeitar meu tempo, meu conforto primeiramente, que fazem bem pra mim, para que depois eu distribua para outras pessoas. (…) Nesse momento de transição, eu sinto que eu tenho que dar uma corrida, mas não no sentido de condicionar meu TikTok para fazer dancinha, fazer feat com pessoas que não agregam comigo pessoalmente.“
Além do funk, que foi com o que você iniciou a carreira, você têm explorado outros tipos de sonoridade. Pretende continuar aprofundando em seus próximos trabalhos?
“Sim, eu me interesso muito em tentar criar uma nova estética, de ter a chance de usar a música para um lado mais artístico, conseguir criar novas linguagens além do que eu já faço, quero continuar, principalmente este universo afrobrasileiro me interessa muito.”
Em 2022, você lançou o EP ‘Meu Santo É Forte’, que possui elementos para além das melodias, com letras fortes que abordam a Umbanda. Sabemos que discussões sobre o assunto ainda dividem opiniões na sociedade. Como você lida com as críticas e o preconceito?
“Eu sinto que o preconceito que eu vivo no meio artístico seja velado. Eu não tenho uma situação direta que eu tenha passado, mas eu sei do corpo que eu tenho, as bandeiras que eu levanto e o quanto existe um limite dentro do mercado, do empoderamento, quebra de padrões, é um discurso mais midiático do que resolver a questão. Quando lancei ‘Meu Santo É Forte’, enquanto estava produzindo, passamos a observar o aumento dos casos de intolerância religiosa durante a pandemia. (…) O EP tem essa importância de tanto trazer música do repertório da Alcione, como também fala da questão de intolerância religiosa. Parece que só quando você mistura o funk com uma música de terreiro que as pessoas entendem que o funk é afro.”
Por falar em religião, podemos citar um exemplo recente que segue levantando discussões, como o que aconteceu com Fred Nicácio no BBB23, sobre a questão de racismo religioso. Já vivenciou uma experiência semelhante?
“As pessoas fazem porquê sabem que não vai ter punição para elas. É uma passibilidade que infelizmente tem na nossa sociedade toda de achar que o que a pessoa acredita é maior que tudo e que as coisas tem que girar em torno disso. Fico muito chateada e com raiva, não sei o que eu faria dentro de um BBB.”
O que está preparando para a carreira ainda em 2023? Vem novidades? Singles, projetos?
“Eu quero lançar um single muito especial que eu queria ter lançado até antes de ‘Coisas Bonitas’, um feat que tem um restinho de ‘Meu Santo É Forte’. É uma música inédita que eu compus, com um artista grande que eu ainda não posso falar.”
Existe algum artista pelo qual você possui um grande sonho de ter uma parceria? Se sim, qual ou quais?
“Eu queria que se a Maria Bethânia pudesse, eu adoro ela. Não porquê eu preciso, mas é uma coisa de troca, acho o trabalho dela muito bonita, é uma coisa performática, teatral que eu gosto de trazer para os meus shows também.”
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