
Nos últimos anos, o mundo tem presenciado uma ascensão de movimentos conservadores que impactam diretamente os debates sobre diversidade e liberdade. No Brasil, por exemplo, o governo recente adotou posturas que diminuíram a visibilidade das minorias, enquanto nos Estados Unidos a atual administração também rejeita a pluralidade de gênero e sexualidade. Em meio a esse cenário, a estreia da nova montagem de Hair no Rio de Janeiro ganha ainda mais relevância. O clássico musical da Broadway, símbolo da luta pela liberdade sexual e pela paz na década de 1960, volta aos palcos brasileiro com Rodrigo Simas e Eduardo Borelli no elenco, reforçando as mesmas causas defendidas há mais de seis décadas.
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Rodrigo Simas abre o jogo sobre como lida com exposição da sua bissexualidadeRodrigo Simas abre o jogo sobre 'amor livre' com Agatha Moreira: "Não vivemos numa hipocrisia"4 atores que se assumiram bissexuaisCom cerca de duas horas e meia de duração, o espetáculo, dirigido por Charles Möeller e Claudio Botelho e produzido pela Aventura, tem conquistado o público nas apresentações semanais no Teatro Riachuelo Rio. Para Rodrigo Simas, protagonista do musical, o desafio é também uma oportunidade de renovação: “Para mim é um novo começo, sendo um musical, mas estou muito feliz por estar com essa galera incrível… Estou feliz de estar me desafiando.” Além de cantar e dançar intensamente durante o espetáculo, o ator encara a responsabilidade de interpretar um jovem revolucionário que luta por amor livre em meio a tempos turbulentos.
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Nos bastidores, Simas investe na preparação profissional, participando de cursos e masterclasses para aprimorar sua atuação. Em 2022, esteve em uma sessão ministrada por Ivana Chubbuck, conhecida por seu trabalho com grandes estrelas internacionais. Para ele, todo esse preparo tem sido fundamental: “Acho que tudo vem me preparando aos poucos.” Fisicamente, o ator celebra a conexão com o personagem e a expressão corporal do musical. Apesar dos desafios, incluindo cenas de nudez frontal e a exigência física da rotina, Rodrigo valoriza estar confortável e em harmonia com seu corpo durante as apresentações.
Para Rodrigo, Hair permanece um espetáculo atemporal e necessário, que reverbera especialmente em tempos marcados por tensões políticas e conflitos. “Fico feliz de fazer uma peça que era atual na época e é hoje… Acho que Hair continua sendo transgressora.” Com sua energia, a produção traz à tona temas que ainda ecoam com força, mostrando que a luta por liberdade e paz segue viva no teatro e na sociedade.