Na tarde desta segunda-feira (7), o cantor Leonardo, de 61 anos, utilizou suas redes sociais para esclarecer sua situação após ter seu nome incluído na “lista suja” de trabalho escravo, divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A lista, que é atualizada semestralmente, revela os empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão, e neste mês, 176 novos nomes foram adicionados ao total de 727.
A inclusão do nome de Leonardo — Emival Eterno da Costa, seu nome artístico — se deu após uma fiscalização realizada em novembro de 2023 na Fazenda Talismã, localizada em Jussara (GO), uma propriedade avaliada em R$ 60 milhões, que ele mantém e gerencia. Durante a operação, seis pessoas, incluindo um adolescente de 17 anos, foram encontradas vivendo em condições degradantes, configurando o que o ministério descreveu como “escravidão contemporânea”. Os trabalhadores pernoitavam em uma casa abandonada, sem acesso a água potável e sem banheiro adequado, com camas improvisadas e o local infestado de insetos e morcegos, exalando um forte odor.
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Em nota, a assessoria de imprensa de Leonardo esclareceu que a situação ocorreu em uma área arrendada da propriedade, conhecida como Fazenda Lakanka. A responsabilidade pelo ocorrido foi atribuída aos arrendatários, que estavam cultivando soja na propriedade. “Essas terras estavam arrendadas para um produtor de soja. Tudo foi julgado. Leonardo, inclusive, pagou uma multa”, informou a assessoria do artista ao Jornal O Globo.
Leonardo se pronunciou em vídeo
No vídeo postado em suas redes sociais, Leonardo expressou sua surpresa e tristeza com a situação. Ele comentou: “O meu nome está sendo vinculado no meio da televisão, rádio, internet, e tudo mais. Quero dizer a vocês que, em 2022, eu arrendei a fazenda para que o arrendatário plantasse soja, milho, ou o que ele quisesse. Se eu arrendo a fazenda para ele, ele tem o direito de plantar o que quiser, entenderam?”, iniciou Leonardo.
“E nisso surgiu um funcionário lá nessa fazenda que eu arrendei, que eu não conheço, nunca ouvi falar, nunca vi. De repente, fui visitado pelo Ministério Público do Trabalho, com todo o respeito a vocês. Eles foram muito bem recebidos na minha fazenda e foi lavrada uma multa para mim, que sou o proprietário da fazenda. Mas não da Fazenda Talismã, e sim da Fazenda Lacanca, onde arrendei para ser plantada soja, entenderam?”, prosseguiu o cantor.
O artista disse que tudo já havia sido arquivado e não entende o motivo de seu nome ter aparecido na lista: “Até aí, a gente respeita o Ministério Público e tudo mais, mas essa multa para mim… A gente acertou tudo, inclusive já está arquivada. Já foi tudo acertado, pagamos a multa”, afirmou.
Por fim, ele deixou claro que é totalmente contra o trabalho escravo: “Não conheço quem estava lá naquelas casinhas, nem quem os colocou lá, porque, gente, eu já plantei tomate. Eu sei como é a vida, é difícil, e do fundo do meu coração, jamais faria algo assim, entenderam?”, declarou.
“Então, acho que houve um equívoco muito grande sobre a minha pessoa. O Brasil inteiro me conhece, sabe quem eu sou e da idoneidade que eu tenho. Graças a Deus, isso foi a herança que meu pai e minha mãe me deixaram. Estou dizendo a vocês que eu não me misturo nessa lista, nessa lista de trabalho escravo. Sou totalmente contra esse tipo de coisa, entenderam? Totalmente contra. Muito obrigado e fica aquele abraço. Valeu, gente!”, finalizou ele.