Angélica postou um texto de Roberta Ferec para falar sobre o susto que teve após o filho do meio, Benício, de 11 anos, sofrer acidente enquanto praticava esporte no mar.
A apresentadora, que é casa com Luciano Huck e tem mais dois filhos, Joaquim e Eva, falou sobre a dor que sentiu ao se deparar com o filho sofrendo após o acidente. O menino passou por cirurgia e já recebeu alta médica.
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“Não sei se você já passou algum susto com um filho. Talvez um acidente ou um diagnóstico. Se você já levou um susto com um filho você vai entender. É como se aquilo que chamam alma abandonasse o corpo da gente para assistir, lá de cima, a vida passar em câmera lenta: o dia do positivo, a gravidez, o parto. A vida toda.
Não sei se você já passou por um susto com um filho, mas o que a gente sente é, literalmente, dor. Física. Trata-se de uma pontada aguda, que acomete o âmago das entranhas
Se você já tomou um susto com um filho você às vezes terá flashes daqueles minutos intermináveis, em que você se perguntava como poderia haver resquício de vida se a vida resolvesse te arrancar todo o viver do peito? Você vai lembrar de palavras soltas, que para sempre vão ecoar no seu pensamento.
Senhora, tente manter a calma. Senhora, ele está convulsionando? Você terá uma lembrança muito clara da motorista da ambulância e do olhar terno da paramédica. Tão amorosas, em que pese a difícil missão de lidar com fragmentos da tragédia humana. Lembrará da sensibilidade da funcionaria que fez os exames.
Firme e amável, mesmo tendo que lidar com mães e pais que padecem de coração estraçalhado crônico. Vai lembrar do cheiro suave do perfume da médica que vem dar boas notícias. E do abraço forte que você rouba dela. Se você já passou por um susto com um filho você vai ter a plenitude dos que acordaram de um pesadelo, e a gratidão dos que sobreviveram ao que não foi mas poderia ter sido.
Vai entender que no alívio de uma mãe cabe o alívio de todas as mães do mundo. E que a dor delas é sua para sempre. E ao ver seus filhos brincando, você vai sorrir, agradecida. Pelo privilégio que é se dar conta da fragilidade humana. Pela sabedoria de entender que a vida é um sopro. E pela felicidade infinita de ver que o dia hoje amanheceu e ainda estamos todos aqui”, dizia o texto.