O programa Roda Viva desta segunda-feira (12) recebeu a cantora Liniker. A famosa que, recentemente se tornou a primeira artista transgênero brasileira a ganhar um Grammy Latino, foi o centro da roda de perguntas da atração da TV Cultura. Em certo momento do programa a emoção tomou conta. Tanto a cantora, quanto as apresentadoras que exerciam a função questioná-la, caíram em lágrimas.
Tudo começou quando a apresentadora da TV Cultura, Adriana Couto, fez uma pergunta a respeito da trajetória artística de Liniker e como sua poesia acompanhava sua jornada pessoal como mulher: “Queria que você falasse sobre como sua forma de fazer poesia tem te acompanhado e acompanhado suas evoluções e suas descobertas como uma mulher, como uma jovem mulher que está descobrindo o mundo”.
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Foi então que Liniker ficou fortemente emocionada e iniciou lembrando que Adriana Couto foi a primeira jornalista que a entrevistou, no início da carreira: “Eu fico muito emocionada com essa pergunta porque a primeira vez que eu dei uma entrevista foi pra você e poder voltar nesse processo depois de tanta coisa e poder falar da minha poesia em construção, em movimento, é muito poderoso. Eu me sinto muito acolhida e acho que a poesia e a palavra têm sido minhas maiores aliadas”, iniciou.
Liniker se emociona e lembra que não tinha o que comer
Foi então que, com a voz embargada, Liniker falou sobre seu modo de transmitir história ao mundo através da poesia: “Desde que eu comecei a escrever e querer falar sobre sentir, que é uma coisa tão honesta e até isso é tirado da gente”. Neste trecho do programa, a cantora caiu no choro e por alguns segundos não conseguiu seguir a resposta. Além dela, Adriana Couto e Vera Magalhães também choraram copiosamente.
Em seguida, a artista que conquistou o Grammy Latino chegou a mencionar que passou fome no início da carreira: “Eu acho que no Remonta, eu era uma pessoa que tinha acabado de chegar, e estava sonhando muito. Foi a música que me alimentou, foi a música que me fez sonhar, foi a música que me fez resistir. É muito poderoso saber que mesmo quando a gente não tem o que comer, e sem romantizar isso, a esperança de algo coloca a gente num lugar que, de repente, eu posso olhar pra minha história e saber que isso passou, e saber que isso hoje movimenta sonho em outras pessoas”.
Por fim, a famosa ainda abriu o coração e revelou que sente que sua função artística é procurar si mesma através das poesias de suas canções: “Acho que desde o Remonta, eu venho procurando a Liniker. Aí chega em Indigo, eu escrevo Lili e ainda procurando essa menina. Aí eu sonho em Lalange falando que eu procuro essa criança e eu não encontro, então acho que essa procura de mim mesma, talvez seja minha função aqui nessa Terra”.
Veja o trecho emocionante da entrevista no vídeo abaixo: