Multitalentoso e artista nato, Otaviano Costa iniciou na carreira artista ainda muito jovem, mais precisamente na década de 1990 na rádio brasileira Jovem Pam, onde integrou o elenco do “Pandemônio”. Com muita irreverência, gradualmente foi caminhando para outras mídias, passando desde animador de plateia, reality shows, dublagem, apresentador e protagonista de histórias clássicas na teledramaturgia brasileira.
Considerado um comunicador nato, principalmente pela versatilidade dos projetos em que se envolve, já passou por diversas emissoras, tais como o SBT, CNT, Band, Rede Record e TV Globo, da qual se desligou em meados de 2018. Descendentes de libaneses por linhagem paterna, Otaviano começou sua carreira na televisão com “A Escolinha do Golias”, produção criada por Carlos Alberto de Nóbrega. Logo vieram outras produções de sucesso como “Éramos Seis” (1994), “Caras & Bocas” (2009), “Morde & Assopra” (2011), “Escolinha do Professor Raimundo” (2005), onde viveu o personagem Ptolomeu, além de uma carreira grande como apresentador com o “Domingo Espetacular” (2004), “Vídeo Show” (2013), comentarista do “Amor & Sexo” (2012), entre outros. Confira a entrevista!
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Depois de anos de carreira, hoje você é considerado um comunicador nato, e ainda multifacetado, tendo em vista que está presente em diversos canais de comunicação. Em sua opinião, o que o faz ter um perfil comunicador e o que é preciso para que uma pessoa possa adotá-lo?
Eu sempre fui esse cara de multi vontades, multi desejos e que, com multifaces, consegui realizar muitas coisas. É claro que você desenvolve mais um ou outro dom. Eu tive a capacidade de entender o que faz mais sentido ou não para a minha carreira, não é só a comunicação. Ser comunicador nasceu em mim, é de nascença. Já a questão do ator foi de formação. O rádio, o locutor, a voz, foi de trabalho, foi de construção de uma carreira. E assim por diante. A música na minha vida é também informação, então acho que com a evolução da carreira e com a série de acontecimentos, múltiplos acontecimentos, fui testando cada uma dessas situações, e aí a gente vai entendendo o que faz mais sentido. Mas eu amo poder ter essa capacidade de ser multi, de realizar várias coisas. Porque não só me gera felicidade, mas abre muitas portas, não é?! E o Brasil finalmente está cada vez mais com a mesma visão que os americanos, já possuem há tantos anos, que é a cultura do entretenimento. Nós aqui já nos habituamos a ter em nosso universo: dos atores, comunicadores, artistas como todos da figura do entertainer. E é assim que eu me vejo como um comunicador hoje em dia. Eu me considero absolutamente um entertainer.
O começo de sua carreira foi nas rádios do Brasil, e apesar de ainda continuarem tendo boa audiência, o fenômeno do podcast nas plataformas de streaming fonográfico acabou revivendo um pouco dessas experiências de programas de áudio. Qual tem sido sua opinião sobre essa tendência? Pensa em investir nisso?
Olha, eu amo essa revolução do todo. De como as pessoas mudaram, de como a forma e as multiplataformas resolveram contar suas histórias, apresentar os seus conteúdos e isso gera muita criatividade, muitas possibilidades. E, é claro, obriga a todos nós, especialmente os que são profissionais desse segmento do entretenimento, repensarem caminhos, jornadas, formatos e olhares. Eu, que vim do rádio, e respirei e respiro ainda, é o “timing” do rádio. A minha forma de comunicar nesse segmento, é legal perceber como a evolução do áudio também mudou. Todos nós, não é?! Eu recentemente fiz um projeto para o Spotify chamado “Sofia”, que é uma ficção, até estreou em vários países no mundo, inclusive no Brasil. Primeira ficção no formato de podcast do Spotify. Eu tive o prazer de dar vida a um personagem na espécie de rádio. Novela, não é isso. É um reencontro com o passado, mas um olhar para o futuro. E eu tenho certeza que essa evolução não vai parar e eu já tenho projetos, além desse que eu já realizei, a outros tantos que vão não só nesse caminho que aponta o rádio no jeito de se fazer, mas que mostra o futuro através da forma de consumir.
Ainda sobre as rádios, o seu primeiro trabalho foi como locutor em 1990 na Rádio Jovem Pam, no programa “Pandemônio”, onde chamou atenção por produzir vários sons e imitações. Depois de quase 30 anos, essa primeira experiência ainda reflete em seus trabalhos atuais?
O rádio é pra mim muito especial. É o veículo que me transformou, me moldou, colocou os trilhos para que eu pudesse passar com a minha locomotiva da comunicação. Esse veículo foi fundamental para me moldar, como o comunicador que eu sou hoje. O timing como eu penso nas coisas hoje, como eu me comunico, como eu falo, como eu penso, e assim por diante, são oriundos desse molde que o rádio me deu. Então, eu acho, não tenho certeza, que o rádio jamais vai morrer.
Seja para falar de assuntos pessoais que se tornam públicos ou para apresentar-se profissionalmente, você sempre demonstrou ter um estilo animado, tanto que chegou a atuar como animador de plateia no Domingão do Faustão, na Rede Globo. Acredita que o humor e a irreverência o tenham ajudado a conquistar o público que você tem hoje no Brasil?
Sempre fui muito atrevido, e eu falo e repito, eu sou e tive que ser cara de pau. Nunca tive pudor em buscar ou tentar abrir novas portas e sonhos. Eu sempre persisti, acreditava que era fundamental. É uma jornada de transformação de si mesmo. Então, eu tive que me transformar. Eu tive que me desafiar. Eu tive que buscar novos caminhos, ser atrevido. Até animador de plateia, eu fui do Faustão, mesmo sendo repórter, porque essa animação de plateia aconteceu numa época em que eu já era repórter do Faustão. Mas mesmo assim eu entendi que, animando a plateia ali naqueles momentos do pré programa, servirão para uma experiência, para uma jornada, para uma percepção de algo ou de alguém. E foi isso! E eu sempre serei essa figura abusadamente em busca dessas minhas realizações, dos meus sonhos, da minha alegria. E, é claro, que com a maturidade, você diminui um pouco essa voltagem. Já abriram muitas portas, mas eu ainda não perdi essa voltagem. Estou sempre animado a continuar fazendo o que eu faço e sempre continuarei assim.
Logo no começo dos anos 90, você realizou seus primeiros trabalhos como ator, primeiro na “Escolinha do Golias” e em 1994, interpretou o Tavinho em “Éramos Seis”. Como a atuação chegou a sua vida e como foi fazer essa transição das rádios para os sets de gravação?
Eu nasci comunicador, isso está na minha alma. Eu sou assim, sempre seria assim. Mas ao longo da minha caminhada, quando já era radialista, trabalhando algumas outras oportunidades, começou a surgir a possibilidade do ator. Por mais que eu já tivesse a interpretação ali, aqui eu não tinha formação, então eu pedi muitas chances. Por conta disso, eu resolvi me profissionalizar, fazer cursos sérios, com pessoas sérias, para que eu pudesse abrir definitivamente essa prateleira de oportunidades e também me vissem como ator, além de radialista. Depois de um tempo, muitas coisas surgiram e me deram a chance de atuar. E, consequentemente, foi surgindo o universo da teledramaturgia, do teatro, assim por diante.
Além de ator e radialista, você também começou a se consolidar como apresentador em 1999, após substituir Luciano Huck no “Programa H”, na época exibido pela Band. Posteriormente, foi caminhando até chegar ao “Vídeo Show”, onde também foi apresentador ao lado de Mônica Iozzi, que divirtiam bastante o público nas tardes. Como foram essas experiências e a dupla com Mônica Iozzi?
Olha, quando me perguntam, por exemplo, qual foi o melhor momento da sua carreira, qual foi o programa mais legal que você fez até hoje, qual é o momento inesquecível, qual o momento de maior sucesso, e tal, eu sempre respondo que a jornada foi maravilhosa e está sendo maravilhosa. Eu não consigo destacar de maneira certeira um ou dois produtos de televisão, emissoras, plataformas, parceiros ou parceiras de trabalho. Porque foi tudo tão incrível e eu sempre entendi que cada coisa menor ou maior sempre colaboraram com a minha transformação constante. Então, é claro, que todas essas passagens, como por exemplo, você citou “O Posito”, como o “Vídeo Show” foram incríveis, inesquecíveis, emocionantes, valiosos. Porque a hora que eu recordo cada um desses momentos, eu me lambuzo de saudosismo, no melhor dos sentidos. Primeiro pelas pessoas que fizeram parte dessa jornada e depois pelas coisas que a gente realizou como artista. Do público que a gente tocou de uma maneira ou outra, seja através do riso, da emoção ou da informação. Então, para cada recorte desse, para cada prateleira dessa, foi uma jornada incrível que eu considero muito única na minha vida. Eu só tenho a agradecer a cada uma dessas pessoas, a oportunidade que eu tive, mas não consigo destacar e nem dizer qual foi a melhor. Tudo valeu a pena e “Tudo vale a pena, porque minha alma não é pequena”.
Em 2001, após ter apresentado uma bateria de game shows na televisão, você integrou o primeiro time de apresentadores do “Domingo Espetacular”, que seria uma revista eletrônica da RecordTV. Por esse gênero de programação, como considera ser sua ligação com o jornalismo? Ele está em seu campo de interesse?
Adorei sua observação! É interessante perceber que, em quase todos os programas que eu faço, eu tento juntar de uma maneira ou outra o jornalismo, ou melhor, a informação com entretenimento. O que gera aquele “Info Entertainment” e o “Vídeo Show” é um exemplo claro disso, né?! Quanta informação sobre o universo da televisão brasileira, dos artistas, transformamos em entretenimento?! O “Amor e Sexo” que eu fiz com a Fernanda Lima? Quanta informação legal sobre a comunidade LGBT que ia sobre a diversidade humana, comportamento sexual e assim por diante, foi transformado em entretenimento e informação. O próprio, “O Positivo”, lá atrás, inserimos na época, muitas entrevistas, um jornalismo de certa maneira, trazendo coisas diferentes para o universo do entretenimento jovem daquela época. Então, eu gosto muito e acho que é muito importante. Sempre é possível, se fizer sentido para os formatos, agregar um valor de informação, para que faça sentido como um todo. Mas, é claro, que não é todo formato de conteúdo que permite isso, mas onde for possível, eu sempre vou tentar ficar com esses dois pilares da informação e do entretenimento.
Após um hiato, em 2007, você fez seu retorno como ator através da RecordTV, e além da dramaturgia, você se estende a vários campos da comunicação, tais como apresentador, rádio, e hoje em dia até personalidade da Internet através do Otalab, em parceria com a UOL. Como surgiu o conceito da Otalab e quais foram as maiores diferenças que sentiu ao fazer essa transição entre um programa feito na televisão para algo exclusivamente na Internet?
Olha, desde que eu resolvi deixar a TV Globo, em 2018, mesmo tendo um contrato vigente, eu tinha na minha cabeça uma provocação muito grande de poder colocar ou testar na potência máxima, a multiplicidade de capacidades artísticas que eu tenho. Ter mais ampla as possibilidades de multi plataformas, multi formatos e vários caminhos. Aquela coisa do “Entertainer”, que bateu muito forte em mim, pulsando muito forte e ganhou uma força ainda maior. E foi quando eu resolvi pular o muro da TV aberta. Momentaneamente não é?! Porque eu posso voltar, como já voltei. Eu pulei esse muro da TV aberta para testar e experimentar este fantástico mundo aqui de multiplicidades, de múltiplas situações. E esse sou eu, e assim serei. E mais do que nunca, o lado empreendedor neste momento também ganha uma apurada potência, porque tudo o que eu busco hoje, realizar como artista, eu também tento realizar como empreendedor, para que uma coisa leva a outra. Então, isso está ajudando muito no meu pensamento para o futuro. Quer dizer, para o presente e futuro. Eu gosto muito de me ver nesse lugar. Hoje eu tenho a alegria de estar iniciando os trabalhos do meu mais novo projeto, que é o meu primeiro filme que eu criei. Vai ser produzido pela Conspiração Filmes para a Disney. Eu estou fazendo um filme, simplesmente para a Disney. Olha que fantástico! E o mais legal também desse projeto é que eu sou o protagonista, ou seja, eu estou juntando o lado do ator, do criativo, do empreendedor, tudo em um só. Eu fui lá e abri a porta pra vender esse projeto e eles compraram a Disney. Então esse sou eu e assim será especialmente por tudo o que desejo provocar em mim mesmo desde a saída da TV aberta.
Tanto na televisão como na rádio, o seu currículo segue bastante extenso não só em produções, como na diversidade de temas que costuma abordar, desde assuntos mais apimentados como no “Amor & Sexo”, da Rede Globo, como em seu próprio programa, o “No Ar com Otaviano Costa”, feito pela rádio da emissora. Você acreditaria que teria um tema exato para o Otaviano Costa estar em uma programação, ou a forma eclética realmente está presente em sua essência?
Olha, não faz sentido algum se eu não pensar de maneira eclética, em ser múltipla em minha vida, de acordo com tudo o que está acontecendo hoje em dia. Isso se refere diretamente ao drive de criação de cada projeto que eu entro. Cada formato que imaginamos para a plataforma, especialmente seu conteúdo e cada projeto com um olhar específico. Eu gosto dessa coisa eclética e sempre gostei de trazer tons para onde fosse possível. Mistura de tons dentro de um mesmo formato, sabe?! Isso também acontecia no meu programa de rádio. Eu trazia uma informação séria, depois vinha para o humor, vinha para os craques, para brincadeira, para bagunça. Isso tem que fazer parte do meu pensamento e faz parte da minha orientação criativa, para cada situação. Pesquisas revelam isso. Quando eu falo sério, as pessoas param para me escutar e quando eu me emociono, gero risadas. Isso é muito bom de saber, é nisso que eu continuo e sempre continuarei apostando.
Outra forma de comunicação artística da qual você já não é tão novo assim, é a dublagem. Entre os títulos dos quais já emprestou sua voz, por exemplo, podemos citar “Os Incríveis 2”, onde fez uma participação em dupla com sua esposa Flávia Alessandra. Como considera ser sua relação com a dublagem?
Esse é um dos trabalhos mais desafiadores que eu tenho em meu radar na vida, a dublagem. Algo sagrado, bonito de ser feito. É tão lindo voltar para o passado, mas ao mesmo tempo, como eu disse, olhar para o futuro. Realizamos “Os Incríveis 2” juntos, eu com a Flávia, mas eu também fiz “O Touro Ferdinando”, “Divertida-mente”, é um trabalho muito desafiador. É difícil, é uma carpintaria da voz, é uma carpintaria da interpretação. Eu falo isso para dar valor, especialmente aos dubladores profissionais, porque nós artistas somos convidados para fazer de maneira pontual, algumas dublagens, para chamar e dar destaque, dar atenção e dar destaque aos filmes, para cada jornada de comunicação e divulgação de cada animação dessa. Mas existem esses profissionais incríveis que fazem o dia a dia de, vários filmes, vários formatos, conteúdos de animação e que fazem um trabalho lindo e que quando chegamos lá, mesmo tendo experiência de atuação, vem um desafio muito grande, porque é muito difícil encaixar a sua voz ali no “lipsync” (na sincronia com os lábios, no tom certo, na interpretação exata). É muito bonito fazer e é um trabalho que quero sim, continuar fazendo dentro do possível, até porque, vai ao encontro daquilo que acho muito bonito, que é a voz. E é mais uma forma de testar a voz em outro múltiplo formato.
Considerado um clássico da televisão, principalmente quando falamos de humor, no ano de 2015, estreava o remake da “Escolinha do Professor Raimundo”, dessa vez com o Bruno Mazzeo herdando o personagem do pai e você interpretando o Ptolomeu. O que poder reviver esse programa trouxe de significado na sua vida artística?
Eu não me esqueço de uma cena que revela muito do sentimento de ter feito aquilo. A experiência de ter feito parte disso. Todos nós atores travestidos já dos personagens. Eu como o “Seu Bartolomeu” que por acaso foi vivido pelo Nizo Neto, filho do Chico Anysio. Já estávamos com uma aura ali de sentimento, de ansiedade. Todos os alunos já estavam na sala, os atores, e o único que não estava na sala era o Bruno Mazzeo, travestido de “Professor Raimundo”. E aí todos nós fomos entrando, nos apresentando, nós éramos apresentados porque tinha uma plateia ao vivo, então à diretoria ia apresentando os personagens. A Cininha de Paula, diretora à época, chamou: “E com vocês agora, Bruno Mazzeo, o Professor Raimundo”, quando ele entrou foi uma coisa transcendental, ninguém enxergou o Bruno, o querido Bruno, o ator Bruno Mazzeo, vimos ali o “Professor Raimundo”. Vimos ali o Chico Anysio e foi muito emocionante. Eu me emocionei e vimos vários colegas se emocionando também. Foram aplausos sem parar, porque era quase como um encontro espiritual, sabe?! Chico, descendo no seu próprio filho e o Bruno encarnando. Se é para usar metáfora, encarnou de maneira absurdamente linda, divertida e foi uma experiência fantástica, poder fazer humor dessa maneira. Tanta gente valiosa, genial do humor que estava ao meu lado. Foi uma experiência incrível e será para sempre inesquecível.
Otaviano, além de ser pai da Olívia, fruto de seu casamento com a Flávia, você também tem a Giulia Costa, como sua enteada, a qual também sempre esteve presente na sua vida desde o seu casamento em 2010. Com toda a vivência que já adquiriu em sua trajetória de vida, qual é o legado que você, como pai, pretende deixar para suas filhas?
Eu tenho duas filhas! A Giulia é minha enteada, filha do coração e também sou padrinho dela. Ela me escolheu para ser o seu padrinho novinha ainda. Sou o padrinho junto com a Keila, irmã da minha esposa. E eu tenho a Olívia que é a minha filha de sangue. Então, para mim, eu tenho duas meninas, uma de coração e a outra de sangue. Acho que o que eu e a Flávia praticamos todo santo dia, tentamos, e isso já vemos nelas, o que nos deixa muito feliz, é que independentemente desse mundo que vivemos, que aos olhos de uma criança, é o um mundo espetacular, da fama, do sucesso, mas sempre tentando pregar os pezinhos delas no chão, sabe, no melhor dos sentidos! Deixar a coisa ser muito natural para que nada disso atinja, não só a nós pais, mas especialmente a elas. Que elas deem valor, não ao que nós tínhamos, não ao que nós temos, não o que nós representamos como artistas, figuras públicas, mas pelo que a gente é, em síntese. O legado que a gente deixa é “Não se preocupe com o ter, preocupe-se com o ser”. É isso!
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