Bruno ‘foge’ da polícia em processo por transfobia e empaca depoimento na Justiça

Publicado em 19/02/2024
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A Polícia Civil de São Paulo intensifica esforços para coletar o depoimento do cantor Bruno, após acusação de transfobia contra a repórter Lisa Gomes

A Polícia Civil de São Paulo tem trabalhado ativamente desde o início do ano para obter o depoimento do cantor Bruno, da dupla com Marrone, em uma denúncia por transfobia que chocou o Brasil. O incidente, que veio à tona após um comentário inapropriado do cantor direcionado à repórter trans Lisa Gomes da RedeTV!, é agora objeto de uma investigação conduzida pela 2ª Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais, Contra a Diversidade Sexual e de Gênero.

Acontece que, segundo o Metrópoles, a polícia está encontrando dificuldades para ouvir a versão de Bruno no caso, uma vez que não consegue encontrar o cantor sertanejo. O processo investigativo ganhou um novo fôlego com a autorização judicial para estender o prazo de apuração. A decisão visa garantir que todas as evidências sejam coletadas meticulosamente, incluindo o aguardado depoimento do cantor sertanejo, uma peça-chave para o entendimento completo dos fatos.

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A controvérsia teve início em maio de 2023, durante um evento em que Bruno, de forma inesperada e inapropriada, questionou a jornalista Lisa Gomes sobre sua identidade de gênero. O momento, que rapidamente se espalhou pelas redes sociais, levou a dupla sertaneja a emitir um pedido público de desculpas à profissional, tentando amenizar o impacto de suas palavras.

Apesar da pressão pública e judicial, até o momento, Bruno não definiu uma data para prestar seu depoimento à polícia, uma etapa crucial para o avanço das investigações. Seu advogado, Alexandre Imbraiani, sinalizou há cerca de um mês a intenção do cantor de colaborar com os investigadores, embora uma data específica ainda não tenha sido acordada.

Além do depoimento de Bruno, a investigação procura por testemunhas que possam confirmar outros episódios de constrangimento relatados por Lisa Gomes, sugerindo que o incidente de maio não foi um caso isolado e que ela teria sido constrangida por Bruno em outras ocasiões.

O cantor Bruno (Foto: Reprodução/Internet)

Em uma notícia que está gerando grande revolta no mundo da música sertaneja e nos círculos LGBTQIA+, o cantor sertanejo Bruno, conhecido por sua parceria de longa data com Marrone e várias humilhações ao seu companheiro de dupla, virou alvo de uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) sobre possíveis crimes de transfobia.

O caso em questão se deu quando Bruno, em um momento que revoltou a todos, humilhou a jornalista transsexual Lisa Gomes, RedeTV, durante uma entrevista. Na ocasião, o sertanejo perguntou se ela “tinha um pênis”, em frente a várias testemunhas. Este incidente ocorreu nos bastidores de um evento de música country.

Agora, segundo o jornal Folha de S. Paulo, o MPSP solicitou à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) a abertura de um inquérito policial contra o cantor. Esta solicitação vem após denúncias feitas pela Associação dos LGBTQIA+ alegando que Bruno demonstrou comportamento discriminatório contra Lisa Gomes.

A denúncia, protocolada pelo advogado criminalista Angelo Carbone, destaca que os autores deste tipo de crime de ódio apenas pararão de realizá-lo quando receberem sentenças de prisão. Bruno, por sua vez, chegou a contratar um ex-secretário da Justiça de SP para lidar com acusações de transfobia.

“Os efeitos deletérios do crime de ódio por transfobia praticado pelo cantor Bruno reforçam o sistema de discriminação que as mulheres travestis e as mulheres transgêneros sofrem diariamente, excluindo-as socialmente de seu gênero identitário e obstando assim a realizações de seus direitos humanos de felicidade, aceitação e realização social e profissional”, diz o documento.

Vale lembrar que, em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou as práticas de homofobia e transfobia ao crime de racismo. A decisão, tomada por oito votos a três, torna passível de punição quem ofender ou discriminar indivíduos gays ou transgêneros.

Os culpados podem enfrentar de um a três anos de prisão e, assim como no caso de racismo, o crime é inafiançável e imprescritível. Dessa forma, se a Justiça decidir aplicar a pena de crime de transfobia ao cantor sertanejo após a investigação do inquérito policial, Bruno poderá até ser preso.

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