Por essa ninguém esperava, Ivete Sangalo está sendo processada pelo casal gay que foi agredido no show da cantora, que aconteceu em junho, no Centro de Tradições Nordestinas (CTN), em São Paulo.
Os parceiros homossexuais, Caio da Rocha e Daniel Camargo, que tiveram grande visibiidade na mídia ao exporem o caso de agressão em público, entraram com ação judicial indenizatória por danos morais e materiais contra Ivete Sangalo, representada por sua empresa IESSI Produções e Eventos, além do próprio CTN.
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A cantora baiana, que tem defendido publicamente a causa LGBT e já deu diversas declarações apoiando os gays e contra qualquer tipo de violência, não escapou do processo e inclusive já teria recebido a intimação.
Os agredidos buscam a punição dos organizadores do evento, por negligenciarem a segurança do local, propiciando que a agressão acontecesse, além da homofobia. Eles pedem indenização de R$ 1,5 milhão.
Relembre o caso
Um casal de homossexuais, Caio da Rocha e Daniel Camargo, foi agredido por seguranças do Centro de Tradições Nordestinas, após um show da Ivete Sangalo na madrugada deste sábado, 11 de junho.
Ele ficaram com diversas marcas de agressões em todo corpo e acusam os agressores de homofobia. Eles contaram que se envolveram numa confusão, porque foram acusados de roubar uma blusa.
“Nós estávamos parados na frente do banheiro, esperando as duas pessoas que estavam com a gente e chegou dois frequentadores dizendo que a blusa que estava na minha mão era deles. Eles viram que a gente estava discutindo por causa da blusa, que o rapaz chegou e falou para a gente que a minha jaqueta era deles, e aí eles já me pegaram, dois seguranças, me pegaram pelo braço, começaram a me enforcar… a única oportunidade que eu tive para falar pra eles, que eu lembro, que foi: ‘Vocês estão me matando… tô ficando sem ar’”, relatou Caio em entrevista à TV Globo.
“Aí ele pegava e falava que eu tinha que morrer mesmo, que… gay e ladrão tinha que morrer. E nisso que me pegaram pelo pescoço, me jogaram no chão, começaram a me chutar… vinham muitos seguranças e me chutavam muito.”
O rapaz diz que as agressões começaram dentro e terminaram fora do local de show. “Lá fora ainda se persistiu por um bom tempo. Eles não se contentavam enquanto não vissem a gente sangrando, eles não iam parar. “
“Eles me pegavam e batiam minha cabeça no chão, porque eles queriam que eu ficasse desacordado e não deixaram eu pedir socorro. Eles falavam o tempo todo para mim que gay e ladrão tinha que morrer, que ali não era lugar para gay, era lugar para cabra macho. E teve um momento em que um dos seguranças falou pra uma das meninas que estavam com a gente, que se não tirasse a gente dali, eles iam apagar a gente. Eles falaram que se a gente continuasse ali, eles iam levar a gente de quebrada, iam meter tiro.”
Tanto os dois rapazes espancados quanto os amigos que os acompanhavam afirmam que havia uma viatura da PM dentro do estacionamento do CTN, com dois policiais por perto. Eles dizem que os policiais viram parte das agressões, mas nada fizeram.
“A viatura da polícia estava dentro do local, no estacionamento da casa, eles viram toda a agressão, não viram desde o início, mas viram a hora que a gente estava ali fora, só que eles negaram ajuda. Disseram que eles não podiam fazer nada, eles não podiam sair dali, que era pra gente ligar no 190”, relata Rocha.