Rock do Maneskin brilha em noite de lua cheia

Por Edianez Parente – O rock italiano do Maneskin brilhou em São Paulo numa noite de céu limpo e lua cheia, como já prometia o próprio nome da banda, que em dinamarquês significa luz do luar. Isto, apenas 24 horas após de ter estreado no Brasil no palco do Rock in Rio.  

Diferentemente do show do festival carioca, na apresentação de São Paulo o Maneskin era a única atração do espaço Unimed cheio. Os fãs cantaram sem parar todas as músicas da banda, inclusive aquelas com letra em italiano.   

Com um total de 1h20 de espetáculo vibrante, a banda entregou o que mais se pode esperar dela. Afinal trata-se de um grupo relativamente novo que tem dois álbuns de estúdio e que traz hits para a plateia pular sem parar.  Além do mais, os integrantes têm forte presença de palco, são carismáticos e chegam perto da plateia sem nenhum medo do público.    

Desde que atraíram a atenção do mundo, ao vencer o festival Eurovision 2021, Ethan Torchio (baterista), Victoria De Angelis (baixista), Damiano David (vocalista) e Thomas Raggi (guitarrista) vêm surfando no sucesso por todos os países por onde passam. 

Já excursionaram pela Europa, Japão, Estados Unidos e agora, América do Sul. Após o Rock in Rio e o show de São Paulo, o grupo seguiu para uma apresentação em Buenos Aires. No palco paulistano, os hits em italiano foram tão bem recebidos quanto os cantados em inglês. O vocalista arriscou o português poucas vezes, como “Obrigado, São Paulo” ou “Fora, Bolsonaro“.  

Também soltou alguns palavrões que já havia proferido no palco do Rock in Rio e pelos quais Damiano quase se desculpou, lembrando que a banda é um grupo “bom“. 

A canções vieram todas com muita atitude, executadas de uma forma enérgica por um grupo que até outro dia podia ser considerado uma banda de garagem. 

Do setlist, destaque para as italianas Zitti e Buoni,  In Nome del Padre, Mammamia, Coraline, Le Parole Lontane.

Em inglês, os melhores momentos foram para Beggin’ (cover do The Four Seasons), Close to the Top, I Wanna be Your Slave  e I Wanna Be Your Dog (cover do The Stooges).  

O quarteto prima por um estilo visual arrojado, glamouroso e bem roqueiro, cheio de peças de couro, rendas e acessórios com metais, que misturam linhas góticas e sadomasoquistas.   

Damiano vestia calças de couro estilo cowboy deixando à mostra uma cueca de renda preta na parte traseira e parte frontal com tapa sexo de couro e tachas de metal.  

A baixista Victoria, que tinha usado um top preto na maior parte da apresentação, ouviu gritos de “gostosa” e, na parte final do show, denudou os seios, cobrindo somente a região dos mamilos com estrelas adesivas cintilantes.