Caso de Justiça

CNN Brasil é condenada a pagar R$ 50 mil a jornalista por frase racista: ‘Coisa de preto’

Caso aconteceu em 20222

Publicado em 11/09/2024
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A CNN Brasil foi condenada a pagar R$ 50 mil de indenização ao jornalista Renan de Souza por danos morais, após um episódio de alegado racismo envolvendo o ex-editor-chefe Asdrúbal Figueiró Júnior. O incidente ocorreu durante uma discussão sobre a edição de uma reportagem sobre o assassinato de George Floyd, onde Souza afirma ter ouvido Figueiró proferir frases racistas, como “isso é coisa de preto”, segundo matéria do Notícias da TV. A CNN Brasil emitiu uma nota afirmando sua repulsa ao racismo e alegando que a decisão judicial não identificou racismo estrutural na empresa.

No decorrer do processo, Souza relatou que, ao discordar de um corte proposto por Figueiró, foi acusado de ter uma visão parcial devido à sua cor. “Você está dizendo isso porque é preto, está querendo defender preto”, teria respondido o editor-chefe. Uma testemunha confirmou ter ouvido as frases racistas e observou que Souza ficou visivelmente abalado após a discussão. Figueiró, por sua vez, negou qualquer comentário de cunho racial e afirmou não ter sido convocado para depor no processo.

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O desembargador Paulo José Ribeiro Mota, relator do caso, decidiu a favor de Souza em segunda instância, concedendo-lhe a indenização por danos morais. No entanto, Mota rejeitou outras demandas do jornalista, como a equiparação salarial e o pagamento de horas extras, alegando que essas questões não foram comprovadas ou estavam fora do escopo da decisão. A CNN Brasil reiterou que repudia qualquer forma de discriminação e esclareceu que a decisão não apontou racismo estrutural na empresa.

Figueiró defendeu seu posicionamento ao afirmar que sua argumentação sobre a reportagem visava apenas a sensibilidade em relação à imagem de Floyd, e não a exclusão do componente racial. “Eu defendi que a imagem não deveria ficar ininterruptamente no ar devido à sua natureza angustiante”, explicou. Ele ressaltou ainda sua participação na ampla cobertura do caso e dos protestos subsequentes, destacando que o episódio não refletia uma postura discriminatória.

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