Marcelo Adnet deu uma longa entrevista para O Globo, e falou sobre a criação de sua filha, carreira e do abuso que sofreu na infância.
“A gente encoraja outras pessoas e cria uma consciência. Quando ninguém debate, vira um tabu, uma sombra, parece que o assunto não existe. É preciso coragem para falar. Ninguém é obrigado a vir a público. Pode ser doloroso demais. Mas quem tiver força, deve falar por para conscientizar”, revelou.
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Perguntado se esse teria sido o motivo de ter revelado o trauma que viveu, ele disse que “sim”. “Mas também por um motivo pessoal, que é expurgar algo traumático. Botar para fora faz parte da superação. É quase um ponto final. “Aconteceu isso e posso falar sobre porque não me machuca nem me vitimiza”. É parte da minha história também. Tem uma coisa de indivíduo, de fazer as pazes com aquilo no sentido de “joga pro vento, passou, já era”. Se ficar só guardado dentro da gente, é pior”, confessou.
Traumas do passado
Em 2020, o humorista revelou em entrevista que sofreu abusos sexuais na infância. A primeira vez foi aos 7 anos, depois isso se repetiu quando ele já tinha 11 anos.
“Fui abusado sexualmente duas vezes, aos 7 e aos 11 anos. Na primeira, nem sabia o que era sexo. O caseiro do lugar onde eu passava as férias começou a se aproximar de mim e pedir favores. Ele me chantageava dizendo que, se contasse algo a qualquer pessoa, meu cachorro morreria. Eu era muito ingênuo”, iniciou.
“Um dia, quando só estávamos eu e ele em casa, foi para cima de mim. Senti uma dor imensa, mas durou pouco porque meus parentes, que tinham ido ao mercado, voltaram para buscar a carteira. Mais tarde, o pesadelo se repetiu com um amigo mais velho da família. Ele não chegou a consumar o ato, como o caseiro, mas me beijou e passou a mão no meu corpo. Foram dois episódios difíceis”, acrescentou, detalhando o abuso.
Adnet ainda disse que demorou muitos anos para poder falar para a família sobre esse segundo abusador. “Para se ter uma ideia, só depois da morte desse conhecido da casa, há cerca de dez anos, consegui contar à minha família. Hoje, já falo de maneira natural porque entendi, após anos de análise, que o constrangimento não é meu, e sim de quem me abusou. O que fica disso é o susto, o trauma, a desconfiança”.