Com mais de dez anos após a morte de Amy Winehouse, uma das maiores cantoras britânicas do mundo, seu nome voltou recentemente às primeiras páginas britânicas no que promete ser outra longa história.
O britânico Asif Kapadia, diretor de Senna (documentário sobre o falecido piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna), também apostou seu talento, ao dirigir o documentário de Amy. Após a estreia, Asif causou a ira da família Winehouse, principalmente de seu pai, o homem que, segundo o doc, inseriu a artista ao mundo das drogas e do álcool.
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“Tinham uma ideia muito clara do filme que queriam fazer e não tinham nenhuma intenção de permitir que seus amigos ou a verdade se interpusessem em seu caminho”, relatou Mitch Winehouse no diário The Sun. Ele também é exposto como um pai ausente, algo que marcou dolorosamente a cantora. Um ponto interessante, foi o fato do próprio Mitch dizer se sentir satisfeito com o documentário sobre a filha.
“Recebemos muitas propostas para um documentário sobre a vida de o trabalho de Amy. Os produtores de Senna apresentaram uma visão que olha a história de nossa filha com sensibilidade e honestidade, sem sensacionalismos. Queremos que seja um tributo a seu legado musical”, dizia a nota emitida pela família Winehouse. Agora, parece que o pai de Amy mudou de opinião.
O projeto também apresenta acusações diretas ao ex marido da cantora, Blake Fielder-Civil, com quem ela manteve uma relação abusiva de quase uma década. Segundo ele, foi Mitch Winehouse a pessoa diante da qual Amy injetou heroína pela primeira vez. “Não sei como podem permitir que ele faça uma acusação tão dolorosa e inacreditável”, se defendeu Winehouse, que, segundo The Sun, conversou com seus advogados para realizar uma ação por difamação e impedir a estreia no Reino Unido. “Quando vi o filme pela primeira vez fiquei doente. Amy ficaria furiosa. Não é o que ela gostaria”, afirma.
A equipe do documentário, dentre o diretor e os produtores, se defende relatando que embarcaram no projeto com o apoio e suporte total da família. “Procuramos ser completamente objetivos. Realizamos mais de cem entrevistas e o filme é o resultado de todos esses encontros.”
Muitos cantores, assim como Amy, morreram aos 27 anos, dentre eles: Janis Joplin, Jimmy Hendrix e Jim Morrison. O mais comum, se a família do protagonista não estiver diretamente envolvida na produção e não puser dinheiro para financiá-la, é que nos documentários dedicados a uma figura pública sejam contadas coisas incômodas sobre sua vida pessoal. O que acontece é que “os mortos, inclusive os de pior aspecto, adquirem caráter de santidade”, disse Diego Manrique em relação à polêmica criada na Espanha pela família do cantor Antonio Vega (falecido em 2009) depois da estreia do filme Tu Voz Entre Otras Mil, de Paloma Conejero.