Nos últimos meses, o mundo da música sertaneja está movimentado com as atualizações da venda do castelo abandonado do cantor sertanejo José Rico, que encalhou em um leilão não recebendo uma proposta sequer. Agora, após meses de venda por um preço bastante reduzido, a propriedade novamente não despertou interesse de compradores.
José Rico, que nos deixou em 2015, tinha grandes planos para este castelo. Ele sonhava em transformá-lo em um refúgio para sua família e até em construir um estúdio musical ali. No entanto, após sua morte, o imóvel, que estava em construção há 24 anos, tornou-se um símbolo de controvérsias e disputas.
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A venda da propriedade foi determinada pela Justiça para pagar uma dívida trabalhista de R$ 6,7 milhões movida por um músico que trabalhou com a dupla Milionário e José Rico. O ex-funcionário alega várias irregularidades em seu contrato de trabalho, incluindo falta de registro em carteira e não pagamento de direitos trabalhistas.
Mas o que aconteceu com este castelo que uma vez prometeu ser o epítome do luxo sertanejo? Segundo relatos, o imóvel está em estado de abandono, com janelas quebradas e muros pichados. Além disso, ainda há questões de regularização fundiária pendentes.
Castelo de José Rico encalha em vendas mais uma vez
Na última terça-feira (12), a família de José Rico foi abalada com uma notícia: o imponente castelo, que representa um grande sonho do falecido cantor sertanejo, não encontrou compradores em uma nova tentativa de vendas após o fracasso em leilão.
Esta propriedade, que deveria ser o legado do icônico cantor da dupla Milionário e José Rico, é uma mansão com mais de 100 quartos, campo de futebol, piscina e tudo de mais luxuoso possível em suas instalações, e fica localizado na cidade de Limeira (SP).
Apesar de sua grandiosidade e história, a mansão, avaliada em R$ 3,2 milhões, não atraiu nenhum comprador em leilões anteriores e na venda direta mais recente, onde estava sendo anunciado por “apenas” R$ 1,6 milhão, metade do preço que teria sido avaliado em ocasiões anteriores.
Segundo informações divulgadas pelo portal g1, o processo agora voltará para a avaliação do juiz trabalhista, que terá a decisão colocá-lo à venda novamente ou não. Agora, o destino do castelo do José Rico está nas mãos da Justiça. Será que esta mansão encontrará um novo dono? Ou continuará sendo um monumento ao legado inacabado de um dos maiores ícones da música sertaneja?
Entenda o processo trabalhista que motiva a venda da propriedade
A majestosa propriedade que pertenceu a José Rico tornou-se o palco de uma controvérsia jurídica que chocou o mundo sertanejo. Um músico que trabalhou com a icônica dupla entre 2009 e 2015 trouxe à tona alegações surpreendentes:
- Ausência de registro formal de trabalho;
- Falta de benefícios trabalhistas, incluindo descanso semanal remunerado, horas extras e adicional noturno;
- Acúmulo de funções e responsabilidades;
- Não recebimento de direitos como 13º salário, férias e FGTS;
- Inabilidade para acessar o seguro desemprego;
- Alegações de danos morais.
A primeira decisão judicial reconheceu várias dessas reivindicações, determinando uma série de compensações ao músico. No entanto, em uma reviravolta na segunda instância, foi negada a alegação de acúmulo de funções e danos existenciais.
Em uma decisão impactante de 16 de julho de 2021, o juiz Marcelo Luis de Souza Ferreira, do TRT-15, estabeleceu uma condenação de R$ 6,7 milhões. Este montante não apenas compensa o músico, mas também inclui custos legais adicionais.
A saga jurídica culminou em novembro de 2022, quando a juíza Paula Cristina Caetano da Silva anunciou a penhora do castelo, localizado estrategicamente às margens da Rodovia Anhanguera, como pode ser visto no vídeo a seguir:
Em ruínas, castelo de José Rico tem fama de ser mal-assombrado
Antes de sua partida em 2015, José Rico desvendou alguns dos enigmas que cercavam sua grandiosa residência. Em um bate-papo revelador com Michel Teló para o Fantástico, ele desmistificou a lenda da cigana que teria previsto que ele nunca deveria parar de construir sua casa. “São apenas lendas”, declarou o cantor, pondo fim a um dos muitos mitos que envolviam o castelo.
Hoje, o que resta é um cenário de desolação e decadência. As marcas do tempo são evidentes: janelas estilhaçadas, muros grafitados e a natureza retomando seu espaço. A piscina, agora vazia, exibe uma cruz imponente, espelho da que José Rico ostentava em seu peito, simbolizando sua fé inabalável.
Mas, à medida que a noite cai, o castelo ganha vida de uma maneira diferente. Ecos de vozes distantes, passos sem dono e sussurros misteriosos permeiam os corredores, alimentando rumores de que o espírito de José Rico ainda vaga por lá, talvez buscando a paz que não encontrou em vida.
A família, com esperança de resgatar o legado do cantor, tinha planos grandiosos para o castelo. Imaginavam-no como um santuário da música sertaneja, um museu vivo repleto de memórias, canções e, quem sabe, a presença etérea do próprio José Rico, o que acabou não acontecendo.
Veja fotos da propriedade:
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