Cannes: Harrison Ford homenageado e novo filme de Indiana Jones agita o festival

Com lágrimas nos olhos e sendo ovacionado pelo público presente, tanto imprensa como crítica especializada e outros artistas, Harrison Ford despediu-se em grande estilo, nessa quinta-feira, dia 18, do seu personagem Indiana Jones, que o ajudou a construir uma carreira lendária no cinema.

Em reconhecimento, o Festival de Cannes entregou-lhe uma não anunciada homenagem: a Palma de Ouro honorária na pré- estreia mundial do quinto filme da saga.

Thierry Frémaux, delegado-geral do festival, chamou o ator norte-americano de 80 anos ao palco e anunciou a surpresa. Após receber o prêmio, Ford expressou sua emoção: “Sinto-me muito emocionado. Dizem que quando vamos morrer, vemos passar a vida em flashes à frente dos nossos olhos, e acabo de ver isso. Grande parte da minha vida, mas não toda a minha vida”. O ator também murmurou: “Cannes, eu também te amo”. Este foi um dos pontos altos da 76.ª edição de Cannes, que já concedeu uma Palma honorária ao também ator norte-americano Michael Douglas na sua abertura no dia 17.

O quinto filme, intitulado “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”, teve sua exibição especial durante o festival durante o dia de ontem e anteontem, para um Theatre Lumière lotado, com mais de cinco mil pessoas, entre críticos de arte, imprensa e artistas. Embora o público em geral precise esperar mais de um mês para assistir ao filme (com lançamento previsto para 30 de junho), as primeiras reações parecem indicar que a espera valeu a pena.

A saga Indiana Jones teve início em 1981 com “Indiana Jones e a Arca Perdida” e rapidamente se tornou um sucesso mundial. O quarto episódio foi apresentado em Cannes, em 2008, com a direção de James Mangold. Durante a estreia do quinto filme, Harrison Ford caminhou pela passadeira vermelha acompanhado de sua esposa, Calista Flockhart, e a famosa banda sonora composta por John Williams, que se tornou um ícone da franquia, foi tocada.

Além de Harrison Ford, outros membros do elenco, como Phoebe Waller-Bridge e Mads Mikkelsen, também compareceram à estreia. Os primeiros quatro filmes da saga foram dirigidos por Steven Spielberg, que marcou presença em Cannes em 2008 para a exibição de “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”.

Novo Filme

A trama se passa no final dos anos 1960 e apresenta um “flashback” que utiliza inteligência artificial para rejuvenescer o rosto de Ford em várias cenas. Isso reflete as mudanças recentes no setor audiovisual.

Na trama, Indiana Jones precisa enfrentar antigos inimigos nazistas obcecados por um objeto criado pelo sábio grego Arquimedes. Embora as expectativas em relação ao novo filme não fossem tão altas quanto as de “Os Salteadores da Arca Perdida” ou “Indiana Jones e a Grande Cruzada”, que foram muito celebrados, “O Marcador do Destino” parece corrigir o rumo após as reações divididas ao quarto capítulo, “O Reino da Caveira de Cristal”.

Este colunista que vos fala assistiu ao novo filme aqui em Cannes. A conclusão que se chega é que o filme proporciona uma diversão sentimental para os fãs nostálgicos, com cenas emocionantes que desafiam a lógica e uma empolgante trilha sonora, como de costume. Naturalmente, há repetição de perseguições e tiroteios e o uso excessivo de efeitos especiais, mas isso já era de se esperar. É de  elogiar todo o esforço feito pelo filme para ser uma grande despedida e a forma como Mangold gere bem as cenas de ação para não se tornarem aborrecidas e, naturalmente, como isso invoca a sensação de uma boa e velha aventura de Indiana Jones, ao mesmo tempo que tira o máximo proveito da tecnologia moderna.

Fiquem ligados para mais informações.